WEB SUMMIT – PORTUGAL NA VANGUARDA DA INOVAÇÃO NO MUNDO

Imagine poder participar de um momento histórico presencialmente, e não apenas estudando em livros ou relatos. Bem, quero dizer a você que o Web Summit em Portugal pode ser considerado esse momento. Há anos participo do que, costumeiramente, se chama de nova economia.

A definição de nova economia pode ser representada pela relação de acesso ao mundo e não à posse dele. Parece complicado? Mas não é. Você, assim como eu, utiliza inúmeras ferramentas tecnológicas para locar carro, comprar comida, alugar uma estadia em uma viagem ou mesmo comprar a viagem inteira.

Isso apenas para dizer de algumas soluções que vêm rapidamente à mente. Mas olhe ao seu redor, de bancos a produtos e serviços bem mais complexos: interagimos com empresas que não mais precisamos visitar presencialmente ou comprar algo que represente possuir parte delas conosco. Essa é uma das faces da nova economia.

WEB SUMMIT E A NOVA ECONOMIA

Podemos assim dizer que o Web Summit é a grande meca da nova economia. Muito diferente de outros eventos de tecnologia ao redor do mundo (e confesso a você que conheço boa parte deles), temos no evento a grata chance de encontrar empresas gigantescas, demonstrando suas soluções ao mundo.

Muitas inovações em todas as cadeias de consumo, produção e ciência são no encontro colocadas à prova dos principais consumidores, que ao mesmo tempo utilizam e oferecem seu feedback, como tais empresas e órgãos expõe tudo que acreditam ao crivo dos visitantes, que não deixam de ser uma expressão do mundo.

GRANDE PÚBLICO PRESENTE

Esse é outro ponto que chama a atenção no evento. Mais de cento e cinquenta países estão presentes nesse encontro. Fico muitas vezes quase em transe quando começo a visitar os diversos stands desses países. Entendo que ali cada nação mostra ao mundo como enxerga o poder da inovação e da já mencionada nova economia, como motor para a construção de um novo mundo.

Olha que interessante: quando falo de novo mundo, realmente acredito nisso. Vejo o Web Summit desde seu início como um enorme catalisador das transformações globais.

A agilidade com que as empresas que compreendem a cultura de inovação a partir do conceito de cultura de startup creditam à geração que vivemos a possibilidade de criarmos uma nova organização global.

A NOVA ONU

Recentemente, escrevi um artigo para a Atlantic Hub, onde falo de uma nova ONU. Quando faço referência a uma nova ONU, lançou luzes para essa nova economia, que parte de outros valores. Valores esses que transformam o evento em um hub de concentração, força centralizadora e Portugal como grande protagonista desse movimento, assim como a Europa.

Vou além, acredito que o Web Summit externa a energia transformadora da Europa e cria condições para uma nova onda de geração de riqueza, transformação da sociedade e, acima de tudo, construção de uma nova matriz de desenvolvimento, onde o Ser Humano é o centro.

EDIÇÕES DO WEB SUMMIT

Em sua primeira edição, em 2016, o Web Summit chegava timidamente em Portugal, porém já mostrava sua energia e força. Ano após ano e literalmente entrando na vida dos portugueses, o evento transformou a região portuária do Tejo, levando este sopro de vida que precisamos enquanto seres humanos.

Portugal compreendeu, em sua última grande crise, que deveria se reinventar. Essa reinvenção não se deu apenas no campo econômico, se bem que esse também mudou muito. A reinvenção que falo foi, acima de tudo, mental.

Portugal compreendeu que apenas pelo fortalecimento do ecossistema empreendedor seria possível alavancar uma nova onda de desenvolvimento, crescimento, e, acima de tudo, inserção no mercado global como protagonismo. O Web Summit representa para Portugal uma enorme força inovadora, gerando soluções e concentrando pessoas do bem como hub. Não existe no país hoje apenas o povo português. Posso dizer por conhecer bem Portugal, que ele demonstra na prática como ser um país global.

Leia também: Um breve sopro da história – Web Summit 2019

O QUE ESTE EVENTO TEM PARA NOS ENSINAR?

Este evento em Portugal legitima o protagonismo desse pequeno país como uma nação historicamente ligada à coragem desbravadora dos oceanos, que agora demonstra sua força criando uma enorme porta de entrada para a Europa, tanto nos aspectos culturais, como o definitivo protagonismo desse continente na nova economia.

Ainda nesse contexto, conhecer o Web Summit é experienciar o mundo que queremos. Local aonde o diferente é ouvido, tem sua ideia exposta e sempre é considerado como protagonista. Espaço aonde não há credo específico e o único ponto de encontro é nossa humanidade.

Nos três dias que compõem esse encontro global, degustamos da capacidade criadora do ser humano de reconstruir sua dignidade, esperança e vida através da nossa inegável capacidade criativa. Um dos momentos mais fortes que já vivenciei no Web Summit descrevo a seguir como um relato quente que não sai da minha mente.

RELATO INESQUECÍVEL

Era novembro de 2017, estava lá eu na abertura do Web Summit em Portugal. Naquela abertura, algo iria mudar em minha vida. A palestra inicial era dele, Stephen Hawking. Em março do ano seguinte, ele não mais estaria entre nós. Em sua palestra, ele falava do medo que deveríamos ter do avanço da tecnologia, desde que utilizado para o mal.

Ele falava que a inteligência artificial, aprendizado das máquinas e tantas outras inovações, poderiam representar para a humanidade nossa face mais bela ou nossa face do mal. Segundo sua visão, Hawking discursava dizendo que apenas uma mudança em nossa evolução poderia atenuar essa trajetória para o mal. Deveríamos desenvolver nosso feminino evoluindo da agressividade para a compaixão.

Confesso! Após esse momento, eu, que já era reflexivo sobre nossa capacidade de transformar toda nossa energia e muitos casos de agressividade em algo bom, vi nas palavras daquele cientista que não precisava de nenhuma credencial para dizer quem era a chance de reconexão com nossa natureza humana, transformação da realidade através de ação, acima de tudo.

Reduzirmos nossa pegada de consumo no mundo utilizando a nova economia como ponto focal dessa mudança de comportamento. O Web Summit, como disse no início deste artigo, é a Meca desse movimento. Longe dos estereótipos das religiões, mas dentro do seu conceito maior de “ligação” com o Sagrado. Temos no evento a verdadeira possibilidade de, enquanto seres humanos, únicos, mas participantes da mesma espécie, construirmos uma nova ONU, nova mentalidade e acima de tudo, sermos mais humanos.

SOBRE O AUTOR

Benício Filho

Formado em eletrônica, graduado em Teologia pela PUC-SP, com MBA pela FGV em Gestão Estratégica e Econômica de Negócios, pós-graduado em Vendas pelo Instituto Venda Mais, Mestrando pela Universidade Metodista de São Paulo na área de Educação e pós-graduado em Psicanálise pelo Instituto Kadmon de Psicanálise. Atualmente está em processo de conclusão do curso de bacharelado em Filosofia pela universidade Salesiana Dom Bosco.

Atua no mercado de tecnologia desde 1998. Fundador do Grupo Ravel de Tecnologia, Cofundador da Palestras & Conteúdo, sócio da Core Angels (Fundo de Investimento Internacional para Startups), sócio-fundador da Agência Incandescente, sócio-fundador do Conexão Europa e da Atlantic Hub (Empresa de Internacionalização de Negócios em Portugal).

Atua também como Mentor e Investidor Anjo de inúmeras Startups (onde possui cerca de 30 Startups em seu Portfólio). Além de participar de programas de aceleração, como SEBRAE Capital Empreendedor, SEBRAE Like a Boss, Inovativa (Governo Federal) entre outros.

Palestrando desde 2016 sobre temas, como: Cultura de Inovação, Cultura de Startups, Liderança, Empreendedorismo, Vendas, Espiritualidade e Essência. Já esteve presente em mais de 230 eventos (número atualizado em dezembro de 2020). É conselheiro do ITESCS (Instituto de Tecnologia de São Caetano do Sul), bem como em outras empresas e associações. Lançou em dezembro de 2019 o seu primeiro livro “Vidas Ressignificadas” e em dezembro de 2020 “Do Caos ao Recomeço”.

Construir conhecimento só é possível quando colocamos o aprendizado em prática. O mundo está cansado de teorias que não melhoram a vida das pessoas. Meus artigos são fruto do que vivo, prático e construo.