Partindo do princípio que a fenomenologia (do grego phainesthai — aquilo que se apresenta ou que mostra — e logos explicação, estudo) é uma metodologia ou um modo de pensamento filosófico que retoma a importância dos fenômenos, os quais devem ser estudados em si mesmos.
Tudo que podemos saber do mundo e de nós próprios resume-se a esses fenômenos, a esses objetos fenomenais que o ser experimenta em sua finitude.
Os objetos da fenomenologia são dados imediatos apreendidos em intuição pura, na nossa lida cotidiana com as coisas, com o propósito de descobrir estruturas existenciais dos atos (noesis) e as entidades que correspondem a elas (noema).
Desta maneira, abrindo possibilidade para a compreensão da redução fenomenológica, entende-se que ela é o processo pelo qual tudo que os sentidos informam transforma-se em uma experiência de consciência, em um fenômeno que consiste em se estar consciente de algo.
É possível ainda dizer que ela coloca o mundo “entre parênteses” e afasta o fenomenólogo da “atitude natural”, para que ele possa ter acesso aos objetos da consciência, livre dos preconceitos da atitude natural.
Na prática da fenomenologia efetua-se o processo de redução fenomenológica o qual permite atingir a essência do fenômeno.
As coisas, segundo Husserl, caracterizam-se pelo seu inacabamento, pela possibilidade de sempre serem visadas por noesis novas que as enriquecem e as modificam.
A INTENCIONALIDADE
O conceito de intencionalidade (do latim intentio) foi primeiramente usado em filosofia pelos escolásticos para indicar o caráter representativo do objeto imanente em relação ao objeto exterior, e, portanto, para designar a consciência como luminosa, como tendo um sentido relativamente a esse objeto.
Para entender a fenomenologia de Husserl, é preciso compreender como ele apresenta a estrutura da consciência como intencionalidade.
Se todo o sentido e valor a dar ao Ser se baseiam em funções intencionais, com essa redução, o eu se manifesta como condição de possibilidade de ter em vista o mundo (fenômeno).
O princípio da fenomenologia está no conceito de intencionalidade, que significa justamente “visar alguma coisa” ou “direcionar-se a algo”. Este conceito não se refere a uma finalidade, mas a direção. A consciência não é uma substância, mas um vazio, que está sempre se direcionando a algo.
O princípio de intencionalidade é que a consciência é sempre ‘consciência de alguma coisa’, que ela só é consciência quando está dirigida a um objeto (sentido de intento). Por sua vez, o objeto só define-se em sua relação à consciência, ele é sempre objeto-para-um-sujeito.
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Forte abraço e até o próximo conteúdo.
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SOBRE O AUTOR
Formado em eletrônica, graduado em Teologia pela PUC SP e Filosofia pela Universidade Dom Bosco. Mestre pela Universidade Metodista de São Paulo na área de Educação, MBA pela FGV em Gestão Estratégica e Econômica de Negócios. Pós-graduado em Psicanálise pelo Instituto Kadmon de Psicanálise. Atua no mercado de tecnologia desde 1998. Fundador do Grupo Ravel de Tecnologia, sócio da Core Angels Atlantic (Fundo de Investimento Internacional para Startups). Sócio fundador da Agência Black Beans e sócio fundador da Atlantic Hub e do Conexão Europa Imóveis ambos em Portugal. Atua como empresário, escritor e pesquisador das áreas de empreendedorismo, mentoring, liderança, inovação e internacionalização. Em dezembro de 2019, lançou o seu primeiro livro “Vidas Ressignificadas”. Em dezembro de 2020 seu segundo “Do Caos ao Recomeço”, e em janeiro de 2022 o último publicado “ Metamorfose Empreendedora”.