OS SETE MAIORES ERROS QUE OS CEOs PODEM COMETER

Ser CEO e estar à frente de uma empresa não é um desafio trivial. Confesso que ao longo da minha vida, sempre preferi não estar sozinho à frente das empresas que criei. Já estive na cadeira de CEO algumas vezes, mas hoje prefiro ajudar os meus sócios, inclusive os vários CEOs que tenho como sócios, a entenderem os desafios da posição e, assim, ajudá-los a compreender que o desenvolvimento deles é, em muitos momentos, o mais essencial.

Esse ponto, inclusive, tem se tornado um dos mais sensíveis na jornada de um CEO. Tomados pelo volume de trabalho, muitos deles não conseguem nem tempo para a vida pessoal. Como, então, pensar em desenvolvimento pessoal? O tempo é perecível, disso não temos dúvida, assim cabe aos CEOs priorizarem o que de fato é mais importante. O que costumo refletir com muitos deles é que a grande maioria torna-se refém dos problemas urgentes e não importantes. Acabam trabalhando a partir do que bate em sua porta ou de quem grita mais alto. Será mesmo que esta é a função de um CEO? Neste artigo, reflito com você sobre os principais erros que os CEOs cometem e aos quais deveriam estar muito atentos.

ACEITAR O QUE ESTÁ ACONTECENDO

O CEO é o marinheiro do barco. Ou, como diria Jim Collins em “Empresas feitas para vencer”, ele é o maquinista da locomotiva que é a empresa. Imaginar um CEO que simplesmente aceita passivamente o que está acontecendo é pensar em algo que não vale mais a pena lutar, porque já está definitivamente morto. Entendo que em algumas situações é necessário esperar os movimentos se assentarem para tomar uma decisão ou alinhamento, mas mesmo nestes casos a passividade não é o melhor instrumento. As pessoas precisam de liderança. Quando ela não existe ou está ausente, algo com certeza entra no lugar e, neste momento, o que parecia controlado torna-se incontrolável.

JAMAIS SE AFASTAR DO NEGÓCIO

Um bom afastamento do negócio pode promover grandes novidades para a empresa ou para a gestão da mesma. Não se iluda, porém, sobre como isso deve ocorrer. Primeiro, é necessário construir uma liderança, seja ela de gestores ou gerentes, para poder continuar tocando o bumbo. Em alguns casos, um afastamento estratégico pode inclusive revelar os mais cotados para a liderança ou a passagem do bastão em um momento futuro. O afastamento estratégico gera no CEO uma visão holística da empresa. Essa oxigenação na mente pode garantir novas possibilidades de avaliação do negócio.

NÃO PERMITIR OUTRAS OPINIÕES

Ao longo da vida, uma das maiores lições que aprendi foi a delegar ações e coordenar decisões em conselhos estratégicos. Quando colocamos em ação nosso senso de pertencimento e não a prepotência de que somos donos do mundo, abrimos campo para que novas possibilidades aconteçam. Permitir que mais pessoas colaborem com as decisões não é apenas dividir riscos, é, na verdade, construir empresas maiores, criando o senso de pertencimento.

SEU EGO SER MAIOR QUE A EMPRESA

Esse é provavelmente o maior desafio quando quem está à frente de uma empresa como CEO é um dos fundadores. Ter percorrido um bom caminho não credencia ninguém a ter um ego maior que a empresa criada. Empreendedor não tem passado, assim, deixar que sua visão e seu ego contaminem a empresa é o primeiro grande sinal de que seu império está ameaçado.

ERRAR NA TOMADA DE DECISÕES FREQUENTEMENTE

Errar, todo mundo erra, mas continuar errando é burrice. Essa máxima é mais do que válida. A tomada de decisão sempre está próxima do erro. Quando decidimos tudo sozinhos, nos isolamos em uma região muito perigosa, a região em que nossas decisões podem começar a ser questionadas. Se o erro faz parte, errar sempre desmotiva e gera insegurança. Não tome decisões sem pensar, organize suas ações e esteja sempre mais perto do acerto do que caminhando ao lado do erro.

NÃO TER MENTORES

Sempre tem alguém com mais experiência do que nós e que já passou por tudo que estamos vivendo. Esses são os mentores que, através de sua vida e vivências, podem gerar um enorme aprendizado e, em alguns casos, uma mentoria pode ser mais relevante do que concluir uma graduação. Diga com quem andas e direi quem tu és, já diziam nossos pais. Quais são seus atuais mentores? Quando foi sua última mentoria? Estar perto deles, os mentores, pode ajudá-lo imensamente. Não fique distante de quem pode literalmente mudar sua vida.

FOCAR UNICAMENTE NA SUA EMPRESA

Ter locais e ações em que você coloca sua energia também gera grandes oportunidades e tira a pressão do negócio principal. Esse é um dos pontos que reflito muito com os CEOs. O que você tem feito que auxilia na construção de um networking mais consistente e, ao mesmo tempo, reduz a sua pressão por resultados? Em muitos casos, passar uma tarde em uma outra atividade ou empresa irá construir a visão que você precisa para melhorar sua própria empresa. Ser CEO não é fácil, mas saiba que conversar com outros CEOs também construirá sua identidade, e essa troca é muito saudável, pensando que a cadeira que você ocupa quase sempre é solitária.

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Forte abraço e até nosso próximo encontro.

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SOBRE O AUTOR

BENÍCIO FILHO

Formado em eletrônica, graduado em Teologia pela PUC SP e Filosofia pela Universidade Dom Bosco. Mestre pela Universidade Metodista de São Paulo na área de Educação, MBA pela FGV em Gestão Estratégica e Econômica de Negócios. Pós-graduado em Psicanálise pelo Instituto Kadmon de Psicanálise. Atua no mercado de tecnologia desde 1998. Fundador do Grupo Ravel de Tecnologia, sócio da Core Angels Atlantic (Fundo de Investimento Internacional para Startups). Sócio fundador da Agência Black Beans e sócio fundador da Atlantic Hub e do Conexão Europa Imóveis ambos em Portugal. Atua como empresário, escritor e pesquisador das áreas de empreendedorismo, mentoring, liderança, inovação e internacionalização. Em dezembro de 2019, lançou o seu primeiro livro “Vidas Ressignificadas”. Em dezembro de 2020 seu segundo “Do Caos ao Recomeço”, e em janeiro de 2022 o último publicado “ Metamorfose Empreendedora”.