VIDA DIGITAL: EQUILÍBRIO ENTRE USO E EXCESSO

Será que somos seres digitais? Bem, esta é uma pergunta que as novas gerações têm levantado. Mas efetivamente não somos. Do ponto de vista biológico, ainda estamos entendendo esses novos recursos e nos adaptando a eles.

Um exemplo disso são as dores no corpo, principalmente no pescoço, em função do uso excessivo dos smartphones. Nosso corpo sofre as dores pelo uso desses equipamentos.

Mas bem mais profunda que as dores do pescoço, nossa mente praticamente não para em função da quantidade de informações que esses dispositivos lançam em nossos olhos, ouvidos e sensações.

Neste artigo, quero apresentar a você algumas sugestões sobre como dosar a tecnologia do dia a dia para que você possa fazer bom uso dela sem perder literalmente o dia todo em função desses equipamentos.

Antes de mais nada, mesmo aqueles que trabalham com um smartphone à mão, devem estar atentos aos pontos que coloco a seguir.

POR QUE ESTAMOS EXCESSIVAMENTE CONECTADOS EM NOSSOS CELULARES?

Esta é uma pergunta que muitas pessoas têm feito nos últimos anos. Nosso envolvimento diário com esses equipamentos tem causado muito estrago em relacionamentos ou até mesmo prejuízos, como perda de emprego ou acidentes de carro.

Não estou exagerando, muita gente tem se perdido e criado grandes problemas para si e para outras pessoas por não saber o limite do uso dos celulares.

Precisamos lembrar que esses equipamentos foram criados justamente para caberem em nossas mãos de maneira confortável, gerarem uma experiência incrível e terem muitas funções e softwares para que você não pare de usar.

Ferramentas como o WhatsApp tornaram-se essenciais para o nosso cotidiano, mas mesmo essas ferramentas devem ter seu uso e dedicação controlados.

Lembro de uma apresentação a que estive presente anos atrás, onde um dos maiores fabricantes de celulares do mundo dizia que esses equipamentos são criados para serem como bichos de estimação.

Damos de comer (carregamos eles), cuidamos com carinho e não nos separamos. Quando os perdemos, temos crises de abstinência. Pode parecer exagerado para você, mas esta é a verdade.

A VIDA DIGITAL BEM ALÉM DO SMARTPHONE

Os celulares não são os únicos vícios do mundo digital em tempos modernos. A criação do streaming como temos hoje causa, em muitos casos, mais dependência do digital do que o próprio celular.

Dias desses, um amigo simplesmente ficou desidratado e precisou ir ao médico porque maratonou uma série durante um final de semana.

Ele passou mais de 20 horas sem levantar-se do sofá.

Parece loucura? Não é! Tem gente ficando doente por causa do Netflix, HBO, Amazon Prime etc. Esteja atento ao número de horas que você passa em frente ao seu televisor vendo séries. Exagerar nisso pode ser tão prejudicial quanto ficar com o celular na mão enquanto todos estão falando com você presencialmente.

OS ALGORITMOS FORAM CRIADOS PARA VICIAR VOCÊ

Cabe pontuar neste artigo que os algoritmos que norteiam não apenas as redes sociais, mas também os buscadores como o Google e até as técnicas de vendas no digital, foram criados para viciar você.

Quando você busca por um livro, ele depois passa a perseguir você em diversos momentos, oferecendo-o para sua compra ou outros. Essas são técnicas do marketing moderno que perseguem e oferecem tudo que se relaciona a este produto.

O mesmo vale para sites acessados, viagens, apartamentos e tudo que consultamos. Esses algoritmos não são do mal, mas foram criados para perseguir o que você dá sinais de que são temas agradáveis a você.

CRIE PAUSAS, LEIA UM LIVRO

Uma boa dica é criar momentos para literalmente se desintoxicar do digital. Fique longe dos equipamentos digitais e tenha momentos regulares em seu dia de afastamento deles.

No começo, fique dez minutos por hora longe deles, mas você pode aos poucos criar momentos com maior tempo de distância.

Perceba como você se sente quando está longe dos equipamentos. Outra dica é ler um livro nestes momentos de pausa. Pode parecer pouco, mas ler cinco páginas a cada duas ou três horas em um dia pode representar 20 páginas no dia, ou seja, um livro em média a cada duas semanas. Isso não é pouco.

Essas pausas criam um momento importante para o cérebro. Ele precisa dessas pausas. Sua memória irá melhorar, assim como sua conexão com as demais pessoas.

Tente, não desista, o começo pode ser mais pesado, mas ao longo dos dias e semanas será mais fácil. Uma última dica é forçar-se a ir a eventos presenciais ou não trabalhar remotamente todos os dias da semana. Intercale dias remotos com presenciais. Eventos auxiliam muito esta conexão com outras pessoas.

O CONTATO HUMANO É A MELHOR CONEXÃO POSSÍVEL

Somos seres humanos! Reforçar este ponto é importante. Não somos máquinas. Precisamos nos conectar com outras pessoas e não estar o tempo todo no digital.

Eventos e trabalho presencial podem ajudar, mas abra-se para estar realmente conectado com as pessoas que te cercam.

Desligue o celular em reuniões. Anote em papel os pontos de uma reunião, não use o celular. Lembre-se, as pessoas à sua frente são mais importantes do que aquelas que estão no WhatsApp.

Minha sugestão? Marque um momento conosco presencialmente para nos conhecermos. Gostou do artigo? Deixe seu comentário que será um prazer interagir com você.

Forte abraço e até o próximo conteúdo.

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SOBRE O AUTOR

BENÍCIO FILHO

Formado em eletrônica, graduado em Teologia pela PUC SP e Filosofia pela Universidade Dom Bosco. Mestre pela Universidade Metodista de São Paulo na área de Educação, MBA pela FGV em Gestão Estratégica e Econômica de Negócios. Pós-graduado em Psicanálise pelo Instituto Kadmon de Psicanálise. Atua no mercado de tecnologia desde 1998. Fundador do Grupo Ravel de Tecnologia, sócio da Core Angels Atlantic (Fundo de Investimento Internacional para Startups). Sócio fundador da Agência Incandescente e sócio fundador da Atlantic Hub e do Conexão Europa Imóveis, ambos em Portugal. Atua como empresário, escritor e pesquisador das áreas de empreendedorismo, mentoring, liderança, inovação e internacionalização. Em dezembro de 2019, lançou o seu primeiro livro “Vidas Ressignificadas”. Em dezembro de 2020 seu segundo “Do Caos ao Recomeço”, e em janeiro de 2022 o último publicado “ Metamorfose Empreendedora”.