A mudança de governantes sempre causa grande medo em nós brasileiros. As eleições no Brasil são sinais de alerta. A inflação sobe, especuladores investem ou somem com seus recursos e uma única certeza temos: mudanças na condução do país ocorrerão.
Esse é um dos grandes pesos que existem no Brasil e que dificulta nosso crescimento. Viver em função da vontade de um governante ou de um grupo político por quatro ou oito anos é traumatizante. Saber que medidas que deveriam ser de Estado podem mudar com a troca de governo paralisa ações e investimentos.
Uma empresa é pensada para o longo prazo. Quando construímos um negócio, ele muitas vezes tomará a vida toda de seus fundadores. Pensar em ter que se adaptar de tempos em tempos a mudanças de governo é muito preocupante.
QUEM GOVERNA PORTUGAL?
O PS (Partido Socialista), fundado em 19 de Abril de 1973, governa Portugal quase que na maioria do tempo desde que surgiu o cenário político deste país.
Oito líderes foram os que chegaram ao governo central: Mário Soares (1973-1986), Vítor Constâncio (1986-1989), Jorge Sampaio (1989-1992), António Guterres (1992-2002), Ferro Rodrigues (2002-2004), José Sócrates (2004-2011), António José Seguro (2011-2014) e António Costa (de 2014 até ao presente).
Não parece, pelo menos, no que estão apontando as pesquisas, que teremos mudanças nas eleições de março. O Partido Socialista (PS) português, de centro-esquerda, ampliou sua liderança como favorito para ganhar a maioria dos votos em uma eleição geral antecipada em 10 de março, embora ainda esteja longe de uma maioria parlamentar, mostrou uma pesquisa de opinião recente feita pela Intercampus.
Houve também um forte salto nas intenções de voto para o terceiro colocado, o partido de extrema-direita Chega, que poderia ser a chave para a formação de um governo pela direita, de acordo com a pesquisa da Intercampus para os jornais Correio da Manhã e Jornal de Negócios.
A continuidade de um posicionamento político garante a continuidade das ações em andamento. Mas caso houvesse mudanças radicais, como por exemplo, a entrada da extrema-direita no poder, poderíamos ter mudanças significativas em Portugal? Vamos falar sobre isso.
A ALTERNÂNCIA DAS CORRENTES POLÍTICAS PODERIA ALTERAR OS RUMOS DE PORTUGAL?
Essa não é uma resposta que cabe uma resposta simples como sim ou não. Estamos diante de cenários que sempre podem causar algum tipo de desequilíbrio em áreas que afetam os negócios. Mas também não estamos em um país em que se vive os rumos do governo do momento.
Tanto as instituições em Portugal são sólidas quanto os pilares do Portugal dos dias de hoje vivem sob os olhos da União Europeia. Mudanças radicais geram inclusive cortes em investimentos europeus.
Para você ter ideia disso, mesmo tendo aceito o pedido de demissão do primeiro-ministro António Costa, Marcelo Rebelo, o atual presidente de Portugal não pode retirá-lo do poder de imediato. Isso romperia com a ordem institucional, o que puniria Portugal quanto ao recebimento dos recursos do Plano de Recuperação e Resiliência já aprovado pela UE.
Por este cenário, você pode imaginar que mesmo que o governo seja trocado, isso não representa uma mudança radical nos rumos do país. Relaciono abaixo seis pontos de alerta para você empresário quando o assunto é troca de governos.
Coloque no seu radar de análise estes seis pontos e sempre esteja alerta quando algum governo estiver em iminência de ser alterado.
SEIS PONTOS PARA ESTAR ATENTO EM TROCAS DE GOVERNOS
- Políticas Econômicas e Comerciais: O novo governo pode introduzir políticas econômicas e comerciais que impactam diretamente as operações das empresas. Mudanças em regulamentações fiscais, incentivos ao investimento estrangeiro, ou políticas comerciais podem influenciar o ambiente de negócios para as empresas.
- Relações Bilaterais: O relacionamento diplomático e econômico entre Portugal e Brasil pode ser influenciado pelas posições políticas do novo primeiro-ministro. Isso pode afetar acordos bilaterais, parcerias e colaborações entre os dois países, o que, por sua vez, impacta as empresas que operam nesse contexto. Sendo o PS mantido no poder, este ponto se torna muito remoto.
- Setores Específicos: Dependendo das prioridades e agendas do novo governo, alguns setores podem ser mais impactados do que outros. Por exemplo, se houver uma ênfase em políticas ambientais, as empresas relacionadas à sustentabilidade podem se beneficiar.
- Estabilidade Política e Regulamentar: A estabilidade política é crucial para o ambiente de negócios. Mudanças frequentes no governo ou na legislação podem criar incertezas para as empresas. Uma liderança estável geralmente é vista de forma positiva pelos investidores e pelas empresas estrangeiras.
- Imigração e Força de Trabalho: Políticas relacionadas à imigração e à força de trabalho podem afetar empresas que dependem de mão de obra estrangeira. Isso pode incluir restrições ou incentivos para a contratação de profissionais estrangeiros, o que pode impactar empresas brasileiras com operações em Portugal.
- Segurança Jurídica: Mudanças na liderança política podem ter implicações na segurança jurídica para as empresas. Alterações nas leis e regulamentações comerciais podem afetar contratos existentes e futuros, exigindo adaptações por parte das empresas.
A EXTREMA DIREITA CRESCENDO AO REDOR DO MUNDO
Gostaria de fechar este artigo com uma visão do aumento da influência da extrema direita no mundo. Quando o assunto é radicalismo, todos nós deveríamos ter atenção.
Nada que é radical é bom. Nem beber algo em excesso faz bem, imagine então colocar no poder grupos que ao invés de pensar no bem de todos defendem posições radicais? Esses são quase sempre os pilares da extrema direita.
Temos analisado o crescimento bem acelerado da extrema direita na Europa. Suécia, Polônia, Itália, França, Hungria e Alemanha são apenas alguns países que viram a extrema direita chegar ao poder ou ganhar participação no cenário político bem relevante.
O radicalismo produz efeitos catastróficos. Nossos vizinhos argentinos estão vendo na prática sua economia se dissolver e a inflação subir ainda mais. Se existe algo que pode afetar sua empresa pensando em cenários políticos, a subida ao poder de um candidato da extrema direita é uma delas.
Sempre devemos acompanhar os movimentos políticos, ter nosso posicionamento e praticar o bom senso de compreender as correntes e seus interesses. Mesmo que muitos políticos tenham mais discurso do que prática, uma casa legislativa dominada por uma corrente ideológica pode facilmente aprovar seus projetos radicais.
Portugal também tem sua extrema direita que cresceu muito nos últimos anos. Compreendê-la nas eleições legislativas de março é essencial para compreender o cenário político do futuro que bate à nossa porta.
Mas sinceramente, não acredito em mudanças radicais no andamento da economia portuguesa. Pelo contrário, eles estão precisando acelerar.
Está em atraso a liberação dos recursos dos planos de incentivo à economia e isso tem que ser acelerado. Acredito, portanto, que este é um bom momento para internacionalizar. Sobre isso, conheça o Scale Out a seguir.
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SOBRE O AUTOR
Formado em eletrônica, graduado em Teologia pela PUC SP e Filosofia pela Universidade Dom Bosco. Mestre pela Universidade Metodista de São Paulo na área de Educação, MBA pela FGV em Gestão Estratégica e Econômica de Negócios. Pós-graduado em Psicanálise pelo Instituto Kadmon de Psicanálise. Atua no mercado de tecnologia desde 1998. Fundador do Grupo Ravel de Tecnologia, sócio da Core Angels Atlantic (Fundo de Investimento Internacional para Startups). Sócio fundador da Agência Incandescente e sócio fundador da Atlantic Hub e do Conexão Europa Imóveis, ambos em Portugal. Atua como empresário, escritor e pesquisador das áreas de empreendedorismo, mentoring, liderança, inovação e internacionalização. Em dezembro de 2019, lançou o seu primeiro livro “Vidas Ressignificadas”. Em dezembro de 2020 seu segundo “Do Caos ao Recomeço”, e em janeiro de 2022 o último publicado “ Metamorfose Empreendedora”.