ANCESTRALIDADE: SOMOS PARTE DE UMA HERANÇA

Gosto de pensar como funciona a evolução e tudo que envolve a ancestralidade. A ciência lança luzes frequentemente sobre como os seres vivos evoluem. Em um clássico da modernidade, o inglês Charles Darwin em uma das famosas viagens pelo mundo a bordo do seu navio Beagle, fez algumas das anotações mais emblemáticas sobre a evolução que o homem moderno pode conceber.

O Darwin analisava nas Ilhas Galápagos como os pássaros da espécie de tentilhões tinham comportamentos diferentes em cada ilha. Tanto em na alimentação como em atividades diárias. Mas além desses pontos, em cada uma das ilhas esses pássaros apresentavam diferentes tamanhos de unhas e bicos.

As anotações de Darwin, dariam base para o livro Teoria das Espécies. Esse que é até os dias atuais um dos maiores tratados sobre a evolução humana. Darwin em consequência das suas análises dividiria o mundo em dois: nos que acreditariam em uma evolução a partir do ambiente e outros apenas como um ato de criação divina.

A evolução é algo inegável para nós atualmente, porém séculos atrás pensar que partiríamos de uma origem comum enquanto espécie era algo impensável. A reflexão sobre nossa formação enquanto povo, lança reflexões importantes sobre o que somos. Gostaria de convidar você a percorrer esta jornada existencial conosco.

 

QUAL É A NOSSA ORIGEM COMO BRASILEIROS?

Nossa origem enquanto brasileiros é complexa. O famoso antropólogo brasileiro, Darcy Ribeiro que também era historiador, sociólogo, escritor e político brasileiro. Ficou conhecido por seu foco em relação aos indígenas e a educação no país. Suas ideias de identidade latino-americana ajudaram a compreender nossa origem.

É interessante dizer que em um primeiro momento, Darcy Ribeiro desenvolve uma análise da formação da humanidade após sua sedentarização. Em sua obra “O Processo Civilizatório”, publicado originalmente em 1968, ele desenvolve uma teoria global sobre as etapas de evolução da humanidade nos últimos 10 mil anos.

Baseando-se em Marx, Engels e Lewis Morgan, empreende a tarefa de classificar as sociedades humanas de acordo com o grau de eficácia no domínio da natureza. Os ‘saltos’ tecnológicos teriam sido sete: as Revoluções Agrícola, Urbana, do Regadio, Metalúrgica, Pastoril, Mercantil e Industrial. Elas teriam desencadeado doze processos civilizatórios e dezoito formações socioculturais.

Mas é no livro “Povo Brasileiro” que Darcy Ribeiro revela sua maior análise sobre nossas origens. Somos em essência a maior miscigenação que um país pode presenciar em sua evolução. Originados dos indígenas e marcados intensamente pela colonização portuguesa tivemos em um primeiro momento o início deste processo de construção da nossa identidade.

Os escravos vindos da África, compõem um novo mosaico cultural e étnico. As constantes migrações de países da Europa para o Brasil, constroem o que hoje conhecemos como uma nação que acolhe em seu espaço uma grande quantidade de novos partícipes.

Como então definir uma origem ancestral com tantas variantes como as que temos? Outra pergunta é, por que é importante saber o lugar da nossa origem?

 

COMPONDO O NOSSO MOSAICO ANCESTRAL

Carregamos uma carga genética de todos os antepassados que originaram nossa filiação. É incrível saber de onde os nossos ancestrais partiram e o quanto eles empreenderam até chegar aonde chegamos, isso ajuda a responder uma série de questões do momento atual que vivemos.

Minha origem pode, por exemplo, explicar a maioria das histórias que encontramos ao longo de nossa vida entre nossos amigos, ela ajuda a entender esse mosaico que comentei. Meus ancestrais maternos são espanhóis da região da Galícia perto de Portugal, minha avó materna tinha como sobrenome Madrid.

Eles chegaram ao Brasil logo após a segunda guerra mundial e aqui fincaram suas raízes nas plantações de café no interior do Paraná.

A família do meu pai descende de bandeirantes portugueses que conquistaram o Nordeste. Ao entender a história dos dois núcleos que formaram o que eu sou, posso pelo menos começar a entender bastante sobre meus comportamentos. De hábitos simples até gostos por determinados alimentos ou ainda algumas predileções.

Nossa ancestralidade não define a nossa personalidade. Somos em grande parte fruto do meio em que vivemos tendo a família nuclear, aquela bem próxima a nós no dia a dia, como grande construtora da nossa identidade.

Compreender nossas raízes funciona como criar um vínculo de entendimento com nosso presente. Seria como uma linha que se conecta com nosso passado lançando luzes e possibilidades.

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À MEDIDA QUE CONHECEMOS NOSSA ANCESTRALIDADE COMPREENDEMOS MELHOR O PRESENTE

São muitos os casos em que compreendendo melhor nosso passado começamos a ser mais flexíveis com o nosso presente e ter pela nossa história mais orgulho e amorosidade. Seria impossível relatar a quantidade de histórias que uma vez reveladas sobre o passado elucidam traumas, derrubam tabus e geram novas possibilidades para a felicidade.

Em minha história que relatei a pouco, precisei mergulhar em um processo terapêutico para compreendê-la. Foi necessário buscar quem sou, redescobrir minha ancestralidade e ressignificá-la. Bem, essa é outra história e dela surgiu um livro. Parece brincadeira, mas não é.

Fui em busca da minha ancestralidade, há três anos fiz a jornada de Santiago de Compostela na Espanha. Caminhei por mais de 400 quilômetros pelas terras onde viveram meus antepassados. Hoje, anos após esta incrível experiência muita coisa foi literalmente ressignificada em minha vida. Muitas vezes fazem para mim a seguinte pergunta:

Por onde começar quando estamos diante de dilemas que nos cobram um posicionamento?

O passar dos anos é implacável, a experiência e maturidade exigem respostas. Bem, caro amigo leitor não existe almoço grátis nesta vida. O primeiro passo é justamente lançar luzes sobre a sua história, herança ancestral e tudo aquilo que compõe você.

Em um processo terapêutico, muita água retorna a fonte e diferente do que dizia o filósofo Parmênides, sim é possível fazer novamente a água retornar aquele ponto do rio.

Redescobrir o que somos é fazer uma busca em nossa existência, na nossa ancestralidade. Sozinho isso é muito complicado e normalmente nos faltam as ferramentas para este encontro sincero. Venha participar de um momento conosco no Instituto Elaborar. Tenho certeza que nesta jornada em busca da sua verdade você se sentirá mais seguro com nossos terapeutas. Agende conosco um bate-papo e comece a melhor jornada da sua vida.

Sobre o livro que comentei, clique aqui caso você queira caminhar comigo rumo à Compostela.

 

SOBRE O AUTOR

Benício Filho

Formado em eletrônica, graduado em Teologia pela PUC-SP, com MBA pela FGV em Gestão Estratégica e Econômica de Negócios, pós-graduado em Vendas pelo Instituto Venda Mais, Mestrando pela Universidade Metodista de São Paulo na área de Educação e pós-graduado em Psicanálise pelo Instituto Kadmon de Psicanálise. Atualmente está em processo de conclusão do curso de bacharelado em Filosofia pela universidade Salesiana Dom Bosco.Atua no mercado de tecnologia desde 1998. Fundador do Grupo Ravel de Tecnologia, Cofundador da Palestras & Conteúdo, sócio da Core Angels (Fundo de Investimento Internacional para Startups), sócio-fundador da Agência Incandescente, sócio-fundador do Conexão Europa e da Atlantic Hub (Empresa de Internacionalização de Negócios em Portugal).Atua também como Mentor e Investidor Anjo de inúmeras Startups (onde possui cerca de 30 Startups em seu Portfólio). Além de participar de programas de aceleração, como SEBRAE Capital Empreendedor, SEBRAE Like a Boss, Inovativa (Governo Federal) entre outros.Palestrando desde 2016 sobre temas, como: Cultura de Inovação, Cultura de Startups, Liderança, Empreendedorismo, Vendas, Espiritualidade e Essência. Já esteve presente em mais de 230 eventos (número atualizado em dezembro de 2020). É conselheiro do ITESCS (Instituto de Tecnologia de São Caetano do Sul), bem como em outras empresas e associações. Lançou em dezembro de 2019 o seu primeiro livro “Vidas Ressignificadas” e em dezembro de 2020 “Do Caos ao Recomeço”