A ascensão das tecnologias de inteligência artificial (IA) está remodelando o panorama empresarial de maneiras antes inimagináveis. Tais mudanças tornaram-se mais evidentes nos últimos dois anos, embora a IA já faça parte do nosso cotidiano há quase uma década.
À medida que as empresas buscam adaptar-se a um mundo cada vez mais digital e interconectado, os conselhos de administração enfrentam a pressão de compreender e integrar essas tecnologias emergentes em suas estratégias e operações.
As tecnologias de IA estão interferindo nos conselhos das empresas de diversas formas, desde a tomada de decisões baseadas em dados até a automação de processos e a segurança cibernética. Além disso, há demandas para que os conselheiros estejam atentos à definição dos negócios diante dessas inovações.
A TOMADA DE DECISÃO E A IA
Em primeiro lugar, a IA está transformando a maneira como os conselhos tomam decisões. Tradicionalmente, os conselhos baseiam-se em relatórios e análises preparados por executivos e especialistas internos para tomar decisões estratégicas.
O que estamos presenciando com a IA é que agora os conselhos têm acesso a ferramentas capazes de analisar grandes volumes de dados em tempo real, proporcionando insights precisos e acionáveis.
Um exemplo interessante é o uso de algoritmos de aprendizado de máquina, que podem identificar tendências de mercado, prever comportamentos de consumidores e avaliar riscos financeiros com uma precisão sem precedentes.
Isso permite que os conselhos tomem decisões mais informadas e estratégicas, baseadas em evidências concretas, em vez de intuições ou suposições. No entanto, essa dependência crescente da IA também levanta questões sobre a transparência e a ética dos algoritmos utilizados, exigindo que os conselhos sejam diligentes na avaliação e supervisão dessas tecnologias.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS E A IA
A IA está desempenhando um papel crucial na automação de processos dentro das empresas. Muitas tarefas rotineiras e repetitivas, que antes exigiam intervenção humana, agora podem ser executadas por sistemas de IA, liberando os funcionários para se concentrarem em atividades mais estratégicas e criativas.
Para os conselhos de administração, isso significa a possibilidade de redirecionar recursos para áreas de maior valor agregado, como inovação e desenvolvimento de novos produtos. No entanto, a automação também traz desafios, como a necessidade de requalificação da força de trabalho e a gestão das mudanças organizacionais.
Os conselhos precisam equilibrar a adoção de tecnologias de automação com a responsabilidade social, garantindo que os funcionários sejam treinados e preparados para as novas demandas do mercado de trabalho.
SEGURANÇA CIBERNÉTICA E A IA
A segurança cibernética é outra área em que a IA está tendo um impacto significativo nos conselhos das empresas.
Com o aumento das ameaças cibernéticas, a proteção dos dados corporativos e dos clientes tornou-se uma prioridade máxima. A IA pode ajudar a identificar e responder a ameaças em tempo real, analisando padrões de comportamento e detectando atividades suspeitas antes que possam causar danos. Para os conselhos, isso significa contar com uma camada adicional de proteção para seus ativos digitais.
No entanto, a implementação eficaz dessas tecnologias requer investimentos substanciais em infraestrutura e habilidades, além de uma compreensão profunda dos riscos e das melhores práticas em segurança cibernética.
Os conselhos devem estar preparados para tomar decisões informadas sobre esses investimentos e supervisionar a implementação de medidas de segurança robustas.
AS MUDANÇAS DEFINITIVAS NOS CONSELHOS ADVINDAS DA IA
A IA está mudando a forma como os conselhos abordam a inovação e a transformação digital. A adoção de IA não é apenas uma questão de implementar novas tecnologias, mas também de repensar modelos de negócios, processos e culturas organizacionais.
Os conselhos precisam liderar esse processo de transformação, promovendo uma mentalidade de inovação contínua e incentivando a experimentação e o aprendizado. Isso envolve não apenas investir em tecnologia, mas também em pessoas e processos que possam impulsionar a inovação.
Dessa forma, os conselhos devem ser visionários, antecipando as mudanças no mercado e posicionando suas empresas para aproveitar as oportunidades que surgem com a IA.
Podemos afirmar que as tecnologias de IA estão interferindo nos conselhos das empresas de maneiras profundas e multifacetadas.
Desde a transformação da tomada de decisões baseada em dados até a automação de processos e a melhoria da segurança cibernética, a IA está remodelando a maneira como as empresas operam e competem.
Para os conselhos de administração, isso representa tanto uma oportunidade quanto um desafio. Eles precisam estar bem informados e preparados para navegar por esse novo cenário tecnológico, equilibrando a adoção de novas tecnologias com a responsabilidade ética e social.
Somente assim poderão garantir que suas empresas não apenas sobrevivam, mas prosperem em um mundo cada vez mais impulsionado pela inteligência artificial.
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Forte abraço e até o próximo conteúdo.
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SOBRE O AUTOR
Formado em eletrônica, graduado em Teologia pela PUC SP e Filosofia pela Universidade Dom Bosco. Mestre pela Universidade Metodista de São Paulo na área de Educação, MBA pela FGV em Gestão Estratégica e Econômica de Negócios. Pós-graduado em Psicanálise pelo Instituto Kadmon de Psicanálise. Atua no mercado de tecnologia desde 1998. Fundador do Grupo Ravel de Tecnologia, sócio da Core Angels Atlantic (Fundo de Investimento Internacional para Startups). Sócio fundador da Agência Incandescente e sócio fundador da Atlantic Hub e do Conexão Europa Imóveis, ambos em Portugal. Atua como empresário, escritor e pesquisador das áreas de empreendedorismo, mentoring, liderança, inovação e internacionalização. Em dezembro de 2019, lançou o seu primeiro livro “Vidas Ressignificadas”. Em dezembro de 2020 seu segundo “Do Caos ao Recomeço”, e em janeiro de 2022 o último publicado “ Metamorfose Empreendedora”.