No ambiente dinâmico dos negócios brasileiros, a implementação de um Conselho Consultivo é mais do que uma opção: é uma necessidade para garantir a longevidade e relevância da empresa em mercados cada vez mais competitivos.
Quando falamos sobre governança, muitas empresas ainda não perceberam que a inserção de conselheiros externos pode ser um ponto de virada para o sucesso. No entanto, tão importante quanto a implementação do conselho é garantir que ele tenha uma visão estratégica clara.
Neste artigo, vamos explorar seis pontos centrais sobre como criar e consolidar uma visão estratégica dentro de um Conselho Consultivo. Esse processo, embora desafiador, pode transformar completamente o rumo de uma organização, agregando valor real em cada etapa do negócio.
1. Compreensão profunda do mercado e do setor de atuação
Para desenvolver uma visão estratégica forte, o primeiro passo do Conselho Consultivo é mergulhar profundamente no mercado e no setor em que a empresa atua. Isso envolve mais do que apenas analisar números de vendas ou relatórios anuais; trata-se de entender tendências, mudanças tecnológicas e os comportamentos de consumo que moldam o futuro do negócio.
Cada conselheiro traz sua própria bagagem de conhecimento, o que torna o conselho um órgão multidisciplinar, capaz de identificar oportunidades que a liderança executiva pode não ter considerado. Essa visão estratégica mais ampla ajuda a empresa a não apenas reagir às mudanças do mercado, mas também antecipá-las.
2. Definição de metas claras e alinhadas à cultura organizacional
Uma visão estratégica sem metas claras é como navegar em um mar desconhecido sem um mapa. No entanto, ao criar essas metas, o conselho deve ter um cuidado especial em alinhá-las à cultura e aos valores da organização. Essa estratégia garante que as decisões tomadas não apenas impulsionem o crescimento da empresa, mas também reforcem sua identidade.
Conselhos consultivos estratégicos trabalham em conjunto com a alta gestão para definir objetivos de curto, médio e longo prazo. Mais do que números, essas metas devem estar alinhadas ao propósito da organização, promovendo um crescimento sustentável e consistente com a visão interna da empresa.
3. Diversidade de perspectivas como pilar estratégico
A diversidade de pensamento é um dos ativos mais valiosos de qualquer conselho. Criar uma visão estratégica robusta requer diferentes perspectivas, provenientes de profissionais com experiências variadas. Uma boa prática é contar com conselheiros que tenham vivências internacionais, expertise em diferentes setores e históricos diversos, capazes de oferecer insights inovadores.
Essa pluralidade permite que o conselho avalie cenários a partir de várias óticas, aumentando a capacidade da empresa de se adaptar rapidamente às mudanças externas. Cada visão, seja conservadora ou disruptiva, contribui para um leque de possibilidades que fortalece a tomada de decisão.
4. Avaliação contínua e ajustes estratégicos
Uma visão estratégica deve ser dinâmica e capaz de se adaptar às mudanças do ambiente externo. O Conselho Consultivo tem um papel crucial para garantir que essa estratégia seja revisitada regularmente. Não basta criar um plano e segui-lo à risca; é fundamental avaliar constantemente o progresso e fazer ajustes quando necessário.
Nesse contexto, o acompanhamento de indicadores-chave de desempenho (KPIs) é essencial, pois permite que o conselho tenha uma visão clara de como a estratégia está se desenvolvendo na prática. Quando o mercado ou a própria empresa passam por transformações, o conselho deve ser ágil o suficiente para adaptar a visão e redirecionar os esforços para garantir o sucesso.
5. Envolvimento próximo com a liderança executiva
Um dos maiores desafios enfrentados por qualquer Conselho Consultivo está na distância entre a estratégia e a execução. Para evitar esse descompasso, o envolvimento próximo com a liderança executiva da empresa é essencial. Um bom conselho não apenas define diretrizes estratégicas, mas também colabora com a alta gestão para garantir que a execução esteja alinhada.
Esse relacionamento deve ser colaborativo, com conselheiros atuando como mentores e orientadores da liderança, enquanto esta assegura que a estratégia seja traduzida em ações concretas. A confiança entre o conselho e a diretoria é fundamental para o sucesso desse processo.
6. Antecipação de cenários futuros e tendências
Talvez o papel mais importante de um Conselho Consultivo no desenvolvimento de uma visão estratégica seja a antecipação de cenários futuros. Empresas que dependem apenas de seu desempenho atual correm o risco de ficar para trás. Portanto, o conselho precisa estar constantemente atento às tendências emergentes, inovações tecnológicas e mudanças regulatórias que possam impactar o setor.
Essa capacidade de antecipação exige pesquisa contínua, conexão com outros mercados e setores, além de uma mentalidade voltada para o futuro. Um conselho consultivo preparado deve ser capaz de prever as mudanças e preparar a empresa para se posicionar de forma vantajosa.
Criar uma visão estratégica sólida em um Conselho Consultivo é um processo contínuo e desafiador, mas absolutamente essencial para o sucesso de qualquer empresa.
Ao mergulhar no mercado, alinhar metas à cultura da empresa, promover a diversidade de pensamento e manter um relacionamento estreito com a liderança executiva, o conselho desempenha um papel especial na definição dos rumos estratégicos da organização.
Se sua empresa busca uma estratégia robusta, agora é o momento de fortalecer seu Conselho Consultivo e garantir que ele esteja alinhado às necessidades e desafios de um mundo em constante transformação.
Quer iniciar a jornada de construção de um conselho em sua empresa? Bem, posso ajudá-lo. Marque um momento comigo, e terei o maior prazer em iniciar essa jornada com você.
Forte abraço e até o próximo conteúdo!
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SOBRE O AUTOR
Formado em eletrônica, graduado em Teologia pela PUC SP e Filosofia pela Universidade Dom Bosco. Mestre pela Universidade Metodista de São Paulo na área de Educação, MBA pela FGV em Gestão Estratégica e Econômica de Negócios. Pós-graduado em Psicanálise pelo Instituto Kadmon de Psicanálise. Atua no mercado de tecnologia desde 1998. Fundador do Grupo Ravel de Tecnologia, sócio da Core Angels Atlantic (Fundo de Investimento Internacional para Startups). Sócio fundador da Agência Incandescente e sócio fundador da Atlantic Hub e do Conexão Europa Imóveis, ambos em Portugal. Atua como empresário, escritor e pesquisador das áreas de empreendedorismo, mentoring, liderança, inovação e internacionalização. Em dezembro de 2019, lançou o seu primeiro livro “Vidas Ressignificadas”. Em dezembro de 2020 seu segundo “Do Caos ao Recomeço”, e em janeiro de 2022 o último publicado “ Metamorfose Empreendedora”.