A teoria do conhecimento segundo os filósofos, René Descartes e David Hume, está associada à ideia de que a origem do conhecimento está na experiência.
Na sua forma extrema, o empirismo defende que, em última instância, todo o conhecimento deriva de, ou consiste em, verdades obtidas apenas a partir da experiência (a posteriori).
Hume critica o ceticismo cartesiano baseado em concepções análogas de dúvida e crença enquanto constitutivas do processo de conhecimento.
COMPREENDENDO O MUNDO PELAS IDEIAS E IMPRESSÕES
Assim como Descartes, Hume também estava preocupado em compreender os fundamentos do conhecimento humano, contudo, Hume chega a conclusões bem diferentes de Descartes.
Visto que Descartes era um racionalista convicto, Hume leva adiante o projeto empirista. Mas, como funciona o processo de entendimento humano? De acordo com Hume, nós compreendemos o mundo através de duas vias: as ideias e as impressões.
As impressões seriam nossas percepções sensoriais vividas e fortes.
Quando eu vejo uma maçã em minha frente, eu tenho uma impressão em minha mente dessa maçã, deste modo essa impressão é vivida, visto que eu tenho contato direto com o objeto que me gera essa impressão.
A impressão pode ser considerada como sensações que são frutos da experiência que tenho devido aos meus sentidos com objetos externos, ou reflexões introspectivas que são desencadeadas da experiência que tenho com meus sentimentos internos, são objetos internos a nós.
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AS IDEIAS SERIAM IMPRESSÕES MENOS VIVIDAS
As ideias são os objetos que estão em nossa mente sem que naquele momento tenhamos um contato direto com as impressões dele. Por isso, as ideias seriam impressões menos vívidas mais suaves por assim dizer.
Quando eu penso em um carrinho de brinquedo que tive na infância, por mais que eu me lembre como brincava e me divertia com ele, a impressão que eu tenho é menos vívida que a da maçã que está na minha frente.
Os objetos de minha memória (como o carrinho de brinquedo) não são objetos presentes em minhas impressões, como o exemplo, da maçã. Esses objetos da nossa memória seriam as ideias.
“Para Hume, o conhecimento só pode ser resultado da associação de ideias, isto é, da conexão de várias impressões por meio de suas cópias, formando ideias complexas. Essa associação não se faz a esmo”. Claro, que essas associações não são aleatórias, elas ocorrem obedecendo alguns princípios.
Com isto os objetos da razão, ou seja, da investigação humana, para Hume as associações de ideias classificam-se em relações de ideias e relações de fato. O conhecimento calcado nas relações de ideias são aqueles tais como matemática, geometria e lógica.
Diz respeito ao conhecimento a priori que possuímos que determinamos sua verdade pela operação do pensamento. O conhecimento baseado em relações de fato são aqueles das ciências empíricas. Se refere ao conhecimento a posteriori.
SEMELHANÇA, CONTIGUIDADE, CAUSA E EFEITO
Associação de ideias são:
1. Semelhança: Um retrato leva-nos a pensar no original.
2. Contiguidade: A referência a um edifício leva-nos a pensar nos outros.
3. Causa e Efeito: Uma ferida leva-nos a pensar na dor que se lhe segue.
Desde modo, o ceticismo se torna consequência já que o conhecimento científico, que dizia guiar-se pela razão e pela evidência da intuição e da demonstração para estabelecer relações de causa e efeito, possui também bases que são irracionais, como a crença e o hábito.
Porém, para o filósofo isso não altera as coisas, visto que a certeza persiste, mesmo se saiba agora que ela não possui bases racionais.
“A natureza manterá eternamente seus direitos e prevalecerá sobre todos os raciocínios abstratos”, afirma Hume.
SOBRE O AUTOR
Formado em eletrônica, graduado em Teologia pela PUC-SP, com MBA pela FGV em Gestão Estratégica e Econômica de Negócios, pós-graduado em Vendas pelo Instituto Venda Mais, Mestrando pela Universidade Metodista de São Paulo na área de Educação e pós-graduado em Psicanálise pelo Instituto Kadmon de Psicanálise. Atualmente está em processo de conclusão do curso de bacharelado em Filosofia pela universidade Salesiana Dom Bosco.
Atua no mercado de tecnologia desde 1998. Fundador do Grupo Ravel de Tecnologia, Cofundador da Palestras & Conteúdo, sócio da Core Angels (Fundo de Investimento Internacional para Startups), sócio-fundador da Agência Incandescente, sócio-fundador do Conexão Europa e da Atlantic Hub (Empresa de Internacionalização de Negócios em Portugal).
Atua também como Mentor e Investidor Anjo de inúmeras Startups (onde possui cerca de 30 Startups em seu Portfólio). Além de participar de programas de aceleração, como SEBRAE Capital Empreendedor, SEBRAE Like a Boss, Inovativa (Governo Federal) entre outros.
Palestrando desde 2016 sobre temas, como: Cultura de Inovação, Cultura de Startups, Liderança, Empreendedorismo, Vendas, Espiritualidade e Essência. Já esteve presente em mais de 230 eventos (número atualizado em dezembro de 2020). É conselheiro do ITESCS (Instituto de Tecnologia de São Caetano do Sul), bem como em outras empresas e associações. Lançou em dezembro de 2019 o seu primeiro livro “Vidas Ressignificadas” e em dezembro de 2020 “Do Caos ao Recomeço”.