Tenho dois meninos incríveis, um de nove anos e um de onze anos. Sempre converso com eles sobre cultura de startups também não escondo de ninguém que um dos meus mais gostosos passatempos é poder ficar com os dois batendo papo sobre as diversas startups que em meu dia a dia acabo conhecendo.
Meu esforço é sempre sem cansa-los, traze-los para o meu mundo buscando assim perceber se eles têm ou não aptidões para empreender. Dias atrás, levei os dois em um Hackathon (Hackathons são maratonas de 24 a 48 horas a onde pessoas de boa vontade e complementariedade de formação buscam resolver problemas definidos com modelagem de negócios ágeis e muita cultura de startup) que fizemos na APAE Diadema. Confesso que foi uma das mais incríveis experiências que já tive.
CAPTAR RECURSOS PARA AS APAE´S SEMPRE É UM ENORME DESAFIO
Neste Hackathon, tentávamos com as mais de sessenta pessoas envolvidas buscar soluções para as dificuldades da APAE em captar recursos, conseguir e engajar mais voluntários e ainda diversificar seu posicionamento. Eram cinco equipes com quase quinze mentores. Eu estava envolvido em toda a dinâmica atuando na coordenação dos mentores e na facilitação das atividades.
No segundo dia, levei meus dois filhos para o Hackathon, sem muita esperança que gostassem do movimento afinal ele é um pouco eletrizando demais. Minha surpresa foi que meu filho mais velho, simplesmente ficou totalmente conectado ao movimento. Ele logo se enturmou em um grupo que tinha afinidade com seu gosto por tecnologia e em pouco mais de duas horas já estava fazendo parte daquela equipe.
Fiquei intrigado para entender como tão rapidamente ele se interessou em ajudar o grupo. Pensando um pouco e sinceramente analisando mesmo, acabei concluindo o que tanto falo nas palestras que dou.
CULTURA DE STARTUPS FAZ TODO SENTIDO NA VIDA DOS JOVENS
Quando se fala cultura de startup, estamos realmente falando do modelo de negócios e empresas que tem total aderência a geração que hoje está convivendo conosco e crescendo sob nosso olhar. Algumas características do que chamamos de cultura de startup explicam está rápida conexão com meu filho.
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Definição de um problema claro. Isso encantou ele ao saber que tinha que resolver um problema especifico;
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A busca pela solução precisava ter algo que envolvesse tecnologia. No caso deste grupo, eles procuravam influenciadores digitais;
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Testar a solução rapidamente sem perda de tempo, caso não desse certo, ajustar e voltar a testar;
Estes pontos foram para ele encantadores, afinal ter que solucionar algo apartir do conhecimento que ele tinha e ainda não ser problema falhar já que ele havia entendido que parte importante do aprendizado era a tentativa de acerto e erro, fez ele acreditar que também podia fazer parte da solução daquele problema. O melhor de tudo, ele se sentiu apesar da jovem idade engajado na equipe que ele acabara de conhecer.
Bem não preciso dizer muito de como tem sido seus comentários depois do que ele viveu. Ao sair do local do Hackathon, logo fez a primeira pergunta. Pai, quando faremos isso novamente? O mais novo, ficou um pouco assustado com todo aquele movimento e pouco tempo depois de chegarmos pediu para ficar na casa do vovó afinal ele se sentia mais tranquilo lá.
Meu grande aprendizado com tudo isso é que sem forçar a barra, podemos gerar novos empreendedores em casa mesmo e isso somente depende de nós. Gerando empreendedores geramos novas startups. Muito bacana é também poder mostrar aos meus filhos que errar desde que seja aprendida a lição é incrivelmente maravilhoso.
Sobre o autor,
Benício Filho.
Formado em eletrônica, graduado em Teologia pela PUC SP, com MBA pela FGV em Gestão Estratégica e Econômica de Negócios, pós graduado em Vendas pelo Instituto Venda Mais, Mestrando pela UNIFESP em Neurologia Oftalmológica na área de Empreendedorismo e pós graduado em Psicanálise pelo Instituto Kadmon de Psicanálise. Atua no mercado de tecnologia desde 1998. Fundador do Grupo Ravel de Tecnologia, Cofundador da Palestras & Conteúdo, Sócio da Core Angels (Fundo de Investimento Internacional para Startups), Conexão Europa e da Atlantic Hub (Empresa de Internacionalização de Negócios em Portugal), atua também como Mentor e Investidor Anjo de inúmeras Startups (onde possui cerca de 30 Startups em seu Portfólio), além de participar de programas de aceleração como SEBRAE Capital Empreendedor, SEBRAE Like a Boss, Inovativa (Governo Federal) entre outros. Palestrando desde 2016 sobre temas como Cultura de Inovação, Cultura de Startups, Liderança, Empreendedorismo, Vendas, Espiritualidade e Essência, já esteve presente em mais de 300 eventos (número atualizado em dezembro de 2019). É conselheiro do ITESCS (Instituto de Tecnologia de São Caetano do Sul) bem como em outras empresas e associações. Lançou em dezembro de 2019 o seu primeiro livro “Vidas Ressignificadas”.