Em termos globais, 2020 foi um ano turbulento e de mudança no que diz respeito ao mercado da gestão de fundos de investimento. Ainda assim, verificou-se um aumento de ativos de investimento, a nível global, a par do que se tem verificado nos últimos anos.
A América do Norte continua a ser o mercado com maiores valores de ativos sob gestão a nível global, seguindo-se a Europa.
Em 2019, relativamente aos mercados dos fundos de investimento mobiliário no mercado português, registaram-se aumentos do valor dos ativos sob gestão, que se deveu, em grande parte, à evolução positiva do mercado nesse mesmo ano.
Ativos sob gestão de fundos de investimento mobiliário de 2014 a 2019 (valores e milhões de euros).
Por outro lado, relativamente à gestão de patrimónios, verificou-se, para o mesmo ano, uma diminuição de 3% face ao ano anterior.
Ativos sob gestão 2014-2019 (valores e milhões de euros).
OS NÚMEROS DE 2020 APONTAM CRESCIMENTO DO SEGMENTO PARA 2022
No terceiro trimestre de 2020, o valor dos ativos sob gestão individual e coletiva em carteiras em Portugal rondou os 75.723,9 milhões de euros, segundo dados da CMVM.
Este valor perfaz mais 577,7 milhões que no trimestre anterior, e menos 18 665,9 milhões do que no período homólogo, no ano passado.
No que diz respeito, particularmente, à gestão individual de ativos, o montante rondou os 48.356,3 milhões de euros no último trimestre, o que representa um recuo de cerca de 27,5% do montante relativamente ao mesmo período em 2019.
Já no que respeita à gestão coletiva de carteiras, o valor alcançou os 27.367,6 milhões de euros no mesmo período, representando um decréscimo de cerca de 1,2% face ao período homólogo no ano anterior. Como gestores coletivos de carteiras são considerados:
• Organismos de Investimento Coletivo em Valores Imobiliários (OICVM);
• Fundos de Investimento Alternativo Mobiliário (FIA);
• Fundos de Investimento Imobiliário (FII);
• Fundos Especiais de Investimento Imobiliário (FEII);
• Fundos de Gestão do Património Imobiliários (FUNGEPI);
• Fundos de Titularização de Créditos (FTC).
A Caixa Gestão de Ativos foi a entidade gestora que registou uma maior quota de mercado no segmento da gestão coletiva de carteiras, seguida da IM Gestão de Ativos e da BPI Gestão de Ativos.
A seguinte figura apresenta os valores totais da gestão de ativos por tipo de gestão, para o último trimestre de 2020:
Valores totais de gestão de ativos:
De forma mais generalizada, as seguintes entidades são as maiores gestoras de fundos de investimento em Portugal, desde 2015:
TENDÊNCIAS DO SETOR DE INVESTIMENTO EM PORTUGAL
Quando decidimos investir devemos estar atentos e alinhados com as tendências do mercado e do mundo. Elaboramos assim, alguns direcionamentos para ajudá-lo a compreender quais são as tendências em investimentos em Portugal.
TENDÊNCIA (1) – GESTÃO DE ATIVOS COMO PONTO CENTRAL
Historicamente, os bancos têm dominado o panorama financeiro e têm sido tradicionalmente inovadores, bem como os primeiros a avançar.
Porém, com a alteração da demografia e dos mercados irá impulsionar que a gestão de ativos se torne o foco central.
Primeiro, a regulamentação dificulta os bancos e as seguradoras, forçando-os a abandonar o investimento proprietário e outros negócios centrais.
Em segundo lugar, à medida que o mundo envelhece, a reforma e os cuidados de saúde tornam as questões críticas que só a gestão de ativos pode resolver.
Terceiro, os gestores de ativos tornaram os mais importantes na angariação de capital necessária para apoiar a urbanização crescente e o comércio transfronteiriço. Em quarto, os gestores de ativos estarão no centro dos esforços dos fundos para diversificar os seus pools de ativos.
TENDÊNCIA (2) – DE “OPEN BANKING” A “OPEN AM” ATRAVÉS DA API
Segundo a Oliver Wyman, os gestores de ativos investirão cada vez mais em tecnologia API que lhes permitirá conectar-se a um maior ecossistema fornecedor e descobrir novos modelos empresariais e operacionais.
Há dez anos a indústria ainda utilizava aparelhos de fax. Atualmente, os gestores de ativos estão a desenvolver API ‘s que lhes permitirão ligar-se a um amplo ecossistema de fornecedores de serviços, e trocar dados e informações sem problemas.
Os principais gestores de ativos irão tirar partido destes avanços, trabalhando com inovadores digitais (por exemplo, bancos em linha, fintechs), bem como com fornecedores de serviços tradicionais da indústria (tais como entidades, gestores de património), para desenvolver novas propostas de serviços, enquanto conduzem a ganhos drásticos de eficiência nos seus modelos operacionais.
Leia também: COMO SERIA UM MARKET FIT PARA CADA PAÍS DA EUROPA?
TENDÊNCIA (3) – VENDA EXTERNA DE BENS INTERNOS
Devido à dificuldade no aumento das receitas, as empresas estão cada vez mais à procura de empacotar bens e capacidades internas, e tentar vendê-los externamente.
Com a pressão colocada nos fees e nos baixos fluxos líquidos, os atores de grande escala e os fundos de cobertura que investiram fortemente no desenvolvimento de tecnologia e ferramentas de infraestrutura, como por exemplo, os sistemas de gestão de risco, as ferramentas comerciais e outras competências próprias, colocarão a sua visão nestes “ativos” como potenciais oportunidades de negócio.
Embora existam alguns exemplos destacáveis de empresas que seguiram esta estratégia durante anos, aquelas que estão dispostas a redefinir o que são verdadeiramente as suas “joias da coroa” seguirão este caminho como uma forma mais barata e potencialmente mais rápida de impulsionar o crescimento.
TENDÊNCIA (4) – COMPUTAÇÃO COGNITIVA
No momento do início da jornada no mercado financeiro, geralmente, é traçado o perfil do investidor, logo no momento inicial.
Esse perfil é analisado e, por meio de um consultor, é feita a sugestão, indicando quais são as melhores aplicações de acordo com as características apontadas na análise: Conservador, Moderado ou Arrojado.
A introdução de sistemas de computação cognitiva vem ajudar bastante neste momento.
Entenda-se por Computação Cognitiva um sistema que utiliza computadores para processar informações e aprender, sem a necessidade de programação (por meio de Inteligência Artificial), ou seja, a aprendizagem é consolidada de forma orgânica e visa ajudar os investidores a tomarem decisões de acordo com o seu perfil.
Com base nas informações sobre o indivíduo, é possível o computador indicar a aplicação mais adequada, demonstrando, inclusive, a probabilidade de sucesso a partir de projeções reais.
Assim, além de tornar a análise do perfil de investidor mais objetiva e automatizada, a computação cognitiva traz o benefício de montar cenários que auxiliam na sua decisão.
TENDÊNCIA (5) – FINTECHS
As fintechs são negócios que oferecem soluções financeiras similares, ou complementares as de um banco: cartões de crédito, empréstimos, seguros, entre outros.
Segundo o Banco de Portugal, o termo fintech pode referir-se a entidades que operam no setor financeiro e que têm modelos de negócio baseados em tecnologias inovadoras.
Por outro lado, pode referir-se às próprias tecnologias aplicadas aos serviços financeiros, e que são utilizadas por essas entidades ou pelos tradicionais participantes do sistema financeiro como bancos e instituições de pagamento.
O termo fintech resulta da aglutinação dos termos da expressão “financial technology” (em português, “tecnologia financeira”), que se refere à aplicação de tecnologia na prestação de serviços financeiros.
Com um produto mais tecnológico, as fintechs estão a fazer com que as instituições financeiras tradicionais revejam sua forma de atuação no mercado, cada vez mais centrado em clientes que procuram serviços com mobilidade e personalizados.
TENDÊNCIA (6) – USO DE BIG DATA
Uma das grandes tendências que se tem observado nos últimos anos trata-se do uso de Big Data.
Essa tendência é aplicada por parte dos bancos, para a coleta e o armazenamento dos dados sobre a rotina financeira e os hábitos de investimento dos seus clientes, os quais valorizam uma experiência diferenciada e personalizada.
Dessa forma, as instituições conseguem proporcionar ofertas e serviços à medida, tanto pelo uso de aplicações como no atendimento presencial.
É por isso que, muitas vezes, ao aceder ao internet banking, são feitas sugestões de investimento ou até mesmo dicas de como cuidar das finanças.
É também uma forma de fidelizar os clientes da instituição bancária, por meio do cuidado e da personalização, cada vez mais exigidas pelos novos perfis de consumidores.
À medida que a tecnologia se desenvolve, novas soluções são criadas e, assim, vemos surgir novas tendências do mercado financeiro.
Por isso, é importante manter-se sempre atualizado, para não perder oportunidades.
ALGUNS MERCADOS QUE VALE A PENA SUA ATENÇÃO PARA REALIZAR INVESTIMENTO
Turismo, imobiliário, startups, importação e exportação e serviços, estes são segmentos que merecem sua atenção.
Sempre estamos atentos às possibilidades e oportunidades para os empresários brasileiros em Portugal. Em nosso blog, aprofundo estes cinco segmentos em detalhes. Vale a pena você conferir.
Outro segmento que não posso deixar de comentar é o segmento têxtil. Modernizado depois da grande crise produzida pela entrada de produtos chineses, este segmento oferece hoje boas oportunidades para quem deseja investir.
TENHO INTERESSE EM REALIZAR UM INVESTIMENTO, POR ONDE COMEÇAR?
Você não precisa ser cidadão português ou europeu para começar a investir em Portugal. O início de tudo é tirar seu NIF (CPF no Brasil). Abrir uma conta corrente em um banco de mercado é o segundo passo.
Caso investir em startups tenha despertado interesse em você, fale conosco que poderemos ajudá-lo.
Investir na sua empresa internacionalizando ela também é uma boa opção e nós podemos ajudá-lo neste ponto também.
Mas se você ficou em dúvida em onde realizar o investimento, agende um momento para conversarmos e juntos discutiremos a melhor oportunidade. Temos uma rede incrível de parceiros que poderão ajudá-lo e sobre isso, não tenho dúvida que encontraremos a melhor opção e forma para você.
Forte abraço!
AUTOR:
Formado em eletrônica, graduado em Teologia pela PUC-SP, com MBA pela FGV em Gestão Estratégica e Econômica de Negócios, pós-graduado em Vendas pelo Instituto Venda Mais, Mestrando pela Universidade Metodista de São Paulo na área de Educação e pós-graduado em Psicanálise pelo Instituto Kadmon de Psicanálise. Atualmente está em processo de conclusão do curso de bacharelado em Filosofia pela universidade Salesiana Dom Bosco.
Atua no mercado de tecnologia desde 1998. Fundador do Grupo Ravel de Tecnologia, Cofundador da Palestras & Conteúdo, sócio da Core Angels (Fundo de Investimento Internacional para Startups), sócio fundador da Agência Incandescente, sócio fundador do Conexão Europa e da Atlantic Hub (Empresa de Internacionalização de Negócios em Portugal).
Atua também como Mentor e Investidor Anjo de inúmeras Startups (onde possui cerca de 30 Startups em seu Portfólio). Além de participar de programas de aceleração, como SEBRAE Capital Empreendedor, SEBRAE Like a Boss, Inovativa (Governo Federal) entre outros.
Palestrando desde 2016 sobre temas, como: Cultura de Inovação, Cultura de Startups, Liderança, Empreendedorismo, Vendas, Espiritualidade e Essência. Já esteve presente em mais de 230 eventos (número atualizado em dezembro de 2020). É conselheiro do ITESCS (Instituto de Tecnologia de São Caetano do Sul), bem como em outras empresas e associações. Lançou em dezembro de 2019 o seu primeiro livro “Vidas Ressignificadas” e em dezembro de 2020 “Do Caos ao Recomeço”.