Quando, com estrondo, o fundador do Facebook Mark Zuckerberg anunciou que o nome do famoso software de redes sociais mudaria de nome, muita gente ficou pensando o porquê desta mudança.
De Facebook, ele agora passaria a se chamar Meta, em referência ao chamado Metaverso.
Considerado o “próximo capítulo da Internet”, o mundo virtual onde as pessoas poderão interagir e realizar qualquer atividade – trabalhar, jogar, fazer compras, se divertir – é a mais recente aposta das gigantes da tecnologia e promete dar novos contornos à comunicação humana.
Metaverso é a terminologia utilizada para indicar um tipo de mundo virtual que tenta replicar a realidade através de dispositivos digitais.
É um espaço coletivo e virtual compartilhado, constituído pela soma de “realidade virtual”, “realidade aumentada” e “Internet”.
Este termo foi cunhado pela primeira vez na obra “Nevasca”, de Neal Stephenson, lançada em 1992, mas não podemos dizer, no entanto, que pensar em um mundo virtual como algo possível na vida real é algo novo.
Vale mencionar que Neal Stephenson trabalhou como consultor da Blue Origin, empresa de astronáutica de Jeff Bezos, desde sua fundação até 2006. Atualmente, o novelista ocupa o cargo de “futurista chefe” da empresa de realidade virtual Magic Leap.
Desde Platão, nossa espécie reflete sobre as possibilidades de vida e suas diversas formas. E sobre este movimento gostaria de fazer um voo histórico e filosófico com você, caro leitor.
O IDEALISMO PLATÔNICO E O METAVERSO
O idealismo não é uma simples teoria, mas um conjunto de teorias filosóficas metafísicas complexas que entendem a realidade como uma complexidade existente em, pelo menos, dois planos:
Primeiro um plano material (da realidade material, sensorial e perceptível);
Segundo um plano ideal, de uma existência ideal, onde se estabelecem apenas conceitos, significados e formas perfeitamente estabelecidas.
Podemos remontar o idealismo a Platão, e temos um desenvolvimento maior da corrente com os idealistas alemães do século XVIII.
O idealismo é ainda uma representação das coisas sob a forma ideal. Claro que o Metaverso não se propõe a idealizar um modelo de perfeição, mas que em suas linhas gerais é, digamos, uma utopia da experiência do viver, isso sim não podemos negar.
O QUE ESPERAR DO METAVERSO QUE ESTÁ A NOSSA FRENTE
A ideia é que o metaverso seja uma espécie de Internet 3D, onde comunicação, diversão e negócios existirão de forma imersiva e interoperável.
A principal dificuldade para descrever esse universo está no fato de que ele ainda não existe, mas as gigantes de tecnologia estão investindo pesado para que isso mude em pouco tempo.
No futuro metaverso, as pessoas poderão reproduzir todos os aspectos da vida no mundo virtual. Em comunicado à imprensa na ocasião do anúncio da mudança de Facebook para Meta, Mark Zuckerberg explicou o que será possível fazer no metaverso da seguinte forma:
“Você será capaz de fazer quase tudo que possa imaginar. Reunir-se com amigos e família, trabalhar, aprender, brincar, fazer compras, criar, bem como experiências completamente novas que realmente não se encaixam na forma como pensamos sobre computadores ou telefones hoje.”
Para dar exemplos concretos, suponha que você tem um avatar no metaverso da Meta.
Esse avatar assiste a uma sessão de cinema e, ao sair, comprar um livro em uma banca, tudo virtualmente, é claro. O bilhete, o livro e as passagens, assim como todas as demais coisas, são pagas com criptomoedas.
Mais tarde, ao entrar no Roblox, um amigo pede o livro digital emprestado, e você concede o favor.
O METAVERSO E AS OPORTUNIDADES EM PORTUGAL
Assim como os grandes da tecnologia, dos games e da indústria de entretenimento em geral já se despertaram para o Metaverso, não podemos deixar de pensar quantas oportunidades estão nascendo tendo como plano de ação o universo virtual.
Dois mercados apresento a você como ascendente no uso desta tecnologia além dos já apresentados neste artigo.
O metaverso na Educação
Imagine uma sala de aula virtual, onde o aluno possa usar óculos 3D e outros dispositivos que ajudem a estimular todos os seus cinco sentidos. Será um grande avanço para evitar o deslocamento físico.
O aluno, em qualquer lugar do planeta, pode participar de uma aula, de um seminário, uma oficina, ou, ainda, de um experimento de laboratório, como se estivesse naquele ambiente presencialmente.
Vale reforçar que o aprendizado é mais que treinamento. É uma vivência de percepções e experiências pelo contato humano, pela interação com o outro em ambiente informal e pelas sutilezas do convívio, da comunicação corporal, gestos e emoções, uma comunicação não falada e não escrita e, talvez, difícil de ser reproduzida por avatares.
O contato real entre os estudantes e os professores traz ensinamentos valiosos, que o ambiente digital pode não conseguir alcançar. Logo, juntar esses dois universos, o real e o virtual, no melhor que cada um tem a oferecer, talvez seja o caminho para potencializar a educação, sem perder a capacidade do relacionamento humano da forma mais natural.
Não será possível pensar a educação sem conectarmos a ela as possibilidades do Metaverso.
O metaverso no Turismo
Agora imagine você estar caminhando dentro da Torre de Belém ou mesmo caminhando pelas ao redor da praça do comércio em Lisboa com seu avatar?
As muralhas de Óbidos oferecem a seus visitantes sensações completas de mergulhar no tempo em que o Império Romano dominava a região.
Uma vez criada no Metaverso a cidade de Óbidos, poderíamos ofertar ao mercado novas formas de viajar sem sair de casa.
Este é um novo mundo de oportunidades para o turismo. Sem destruição ou impacto, mas com grandes possibilidades de levar ao passageiro experiências únicas.
Portugal oferece grandes centros de pesquisa para quem está empreendendo no segmento de tecnologia e acredita ser possível criar negócios inovadores neste setor.
Caso você tenha ficado com alguma dúvida sobre algum ponto que escrevi neste artigo, agende um momento para conversarmos e juntos discutiremos a melhor oportunidade. Temos uma rede incrível de parceiros que poderão ajudá-lo e, sobre isso, não tenho dúvida que encontraremos a melhor opção e forma para você.
Forte abraço!
Leia também: O VALE DO SILÍCIO DA TECNOLOGIA EM PORTUGAL
SOBRE O AUTOR
Formado em eletrônica, graduado em Teologia pela PUC-SP, com MBA pela FGV em Gestão Estratégica e Econômica de Negócios, pós-graduado em Vendas pelo Instituto Venda Mais, Mestrando pela Universidade Metodista de São Paulo na área de Educação e pós-graduado em Psicanálise pelo Instituto Kadmon de Psicanálise. Atualmente está em processo de conclusão do curso de bacharelado em Filosofia pela universidade Salesiana Dom Bosco.
Atua no mercado de tecnologia desde 1998. Fundador do Grupo Ravel de Tecnologia, Cofundador da Palestras & Conteúdo, sócio da Core Angels (Fundo de Investimento Internacional para Startups), sócio fundador da Agência Incandescente, sócio fundador do Conexão Europa e da Atlantic Hub (Empresa de Internacionalização de Negócios em Portugal).
Atua também como Mentor e Investidor Anjo de inúmeras Startups (onde possui cerca de 30 Startups em seu Portfólio). Além de participar de programas de aceleração, como SEBRAE Capital Empreendedor, SEBRAE Like a Boss, Inovativa (Governo Federal) entre outros.
Palestrando desde 2016 sobre temas, como: Cultura de Inovação, Cultura de Startups, Liderança, Empreendedorismo, Vendas, Espiritualidade e Essência. Já esteve presente em mais de 230 eventos (número atualizado em dezembro de 2020). É conselheiro do ITESCS (Instituto de Tecnologia de São Caetano do Sul), bem como em outras empresas e associações. Lançou em dezembro de 2019 o seu primeiro livro “Vidas Ressignificadas” e em dezembro de 2020 “Do Caos ao Recomeço”.