O início dos anos 2000 parece quase uma eternidade para a maioria das pessoas envolvidas no dia a dia do marketing digital. No entanto, saibam que a cultura das startups não é algo muito antigo, pelo menos no Brasil. Os anos 2000, sem dúvida, representam o melhor marco para a aparição desse modelo de inovação por aqui.
As startups tiveram um impacto direto no universo digital. A agilidade desse modelo na construção de novas abordagens para problemas cotidianos facilitou o surgimento de desdobramentos naturais na forma de fazer marketing digital e na criação de novos modelos. Essa revolução começou a chamar atenção com o primeiro modelo de negócio que se tornou famoso no Brasil, nos primórdios das redes sociais. Talvez você já tenha ouvido falar do Orkut, mas é provável que nunca tenha chegado a usá-lo.
O Orkut foi o pioneiro nos anúncios em redes sociais, abrindo espaço para os gigantes posteriores, como o Facebook, Instagram, TikTok, entre outros. E essas empresas têm tudo a ver com o modelo de startups. Elas estão na base do conceito de criação de empresas e solução de problemas, sendo o centro da inovação.
Quando aplicamos o conceito de startups em diferentes problemas, temos a chance de evitar o desperdício de recursos desnecessários e focar a energia no que realmente importa. Esse é um dilema que não apenas as empresas enfrentam, mas quase todos os seres humanos. Gastar energia onde não devemos leva a uma imensa frustração. Neste artigo, quero ajudá-lo a levar o conceito de startup para o seu dia a dia. Venha conosco nesta viagem pelo universo da inovação.
QUAL É A RELAÇÃO DE ERIC REIS COM A CULTURA DE STARTUPS?
Eric Reis é provavelmente mais conhecido por ter criado o movimento chamado de Lean Startup. Partindo do conceito “enxuto”, surgiu o modelo de solução de problemas que mais tarde seria chamado de Startup Enxuta. Esse é o nome, inclusive, do livro que ele lançou, o qual transformou sua vida e a de milhares de empreendedores no mundo.
Eu mesmo fui impactado por esse modelo e, desde então, nunca mais pensei em criar uma empresa que não estivesse fundamentada nesses pilares claros e bem definidos. Quando nos deparamos com um problema em que a solução tradicional já não funciona ou quando não queremos mais a mesma solução, estamos diante de uma situação em que aplicar o modelo “Enxuto” se torna uma saída interessante.
A maioria das empresas consideradas startups não cria algo totalmente novo, mas sim busca novas abordagens, baseando-se no conceito criado por Eric. Essa é a mudança que os anos 2000 presenciaram. Quando as startups já eram uma realidade, a sistematização desse modelo se tornou necessária, e a contribuição da obra “Startup Enxuta” foi definitiva nesse processo.
O MVP E SUA RELAÇÃO COM O NOSSO DIA A DIA
A chave do modelo de startup está nas três letras MVP, que significam Mínimo Produto Viável em bom português. O conceito se resume a uma reflexão prática. Vamos a ela:
(1) Diante de um problema, reflita com mais pessoas quais abordagens de solução são possíveis de serem aplicadas. Lembre-se sempre da palavra “Enxuta” como norteadora das soluções. Embora um processo criativo não desperdice nenhuma possibilidade, devemos descartar soluções propostas pelo grupo que sejam mais onerosas. Além disso, devemos documentar as melhores soluções escolhidas e designar alguém para colocá-las em prática.
(2) Uma vez escolhida uma ou duas soluções no máximo, o próximo passo é validá-las. Mesmo que ainda estejam em esboços, elas devem ser validadas no campo com clientes ou usuários reais. É fundamental anotar todas as interações, sejam elogios ou críticas, para uma reflexão profunda sobre o aprendizado obtido por meio dos testes e validações realizados.
(3) Se a solução para o problema for boa e tiver boa aceitação, ela deve passar por novos testes e melhorias. Essas melhorias devem sempre atender às demandas dos clientes ou usuários. Caso a resposta seja ruim, é necessário voltar ao estágio um e aprender com a jornada. A criação de um modelo que se adeque aos clientes ou usuários surge a partir desse exercício de criar, testar, validar e aprender. O perfeito já está atrasado, portanto, quanto antes for possível testar com quem realmente importa, melhor. No MVP, o que mais importa é testar rápido e aprender. Isso muda nossa forma de enxergar possíveis soluções. Normalmente, queremos que tudo esteja pronto antes de testar, mas isso simplesmente não existe no conceito de startups.
APRENDA O MODELO E APLIQUE EM TUDO O QUE PUDER
Quando aplicamos o modelo de MVP aos problemas do nosso cotidiano, abrimos possibilidades para novas abordagens e formas de pensar e agir. Criar soluções em grupo para problemas reais e medir os resultados traz à nossa rotina a colaboração que tanto desejamos. Seja na sua empresa ou em sua casa, esse modelo pode ajudá-lo a engajar pessoas, desenvolvê-las e gerar novas e diferentes oportunidades e abordagens.
Tenha certeza de que, na Black Beans, podemos ajudá-lo a criar a melhor versão do seu Marketing Digital a partir de metodologias modernas e inovadoras.
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Um forte abraço e até o nosso próximo encontro.
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SOBRE O AUTOR
Formado em eletrônica, graduado em Teologia pela PUC SP e Filosofia pela Universidade Dom Bosco. Mestre pela Universidade Metodista de São Paulo na área de Educação, MBA pela FGV em Gestão Estratégica e Econômica de Negócios. Pós-graduado em Psicanálise pelo Instituto Kadmon de Psicanálise. Atua no mercado de tecnologia desde 1998. Fundador do Grupo Ravel de Tecnologia, sócio da Core Angels Atlantic (Fundo de Investimento Internacional para Startups). Sócio fundador da Agência Black Beans e sócio fundador da Atlantic Hub e do Conexão Europa Imóveis ambos em Portugal. Atua como empresário, escritor e pesquisador das áreas de empreendedorismo, mentoring, liderança, inovação e internacionalização. Em dezembro de 2019, lançou o seu primeiro livro “Vidas Ressignificadas”. Em dezembro de 2020 seu segundo “Do Caos ao Recomeço”, e em janeiro de 2022 o último publicado “ Metamorfose Empreendedora”.