O setor de saúde para negócios em Portugal apresenta para nós empreendedores uma excelente oportunidade de crescimento. Mas não estou dizendo em função do momento do mundo em que vivemos, ficou evidente a necessidade de investir neste segmento, mas em Portugal ele já era estratégico bem antes da pandemia.
A questão é que em Portugal já presenciamos um incremento importante da participação privada neste segmento e quero apresentar alguns números e refletir com você sobre o que estamos enxergando de possibilidades.
Em 2018, existiam 5.754 empresas com o CAE (Nosso CNPJ) ligadas ao setor de saúde em Portugal, sendo que se verificou um aumento de cerca de 2,66% com o nascimento de mais 149 empresas de 2017 para 2018. Dados de 2019 apontam um crescimento ainda maior em Portugal.
Por outro lado, já em 2015 dos 225 hospitais existentes em Portugal mais de 50% pertenciam à rede privada. Estes dois blocos de informação já demonstram como o setor privado tem protagonismo no setor de saúde.
A indústria farmacêutica é um bom exemplo de crescimento acima da média nacional. Com exportações para muitos países da Europa, América do Norte e Latina, o selo “Made in Portugal” já representa uma indústria com dinamismo e capacidade de entrega.
Um dos pontos fortes que coloca Portugal em posição de destaque na área da saúde, se dá no campo da formação profissional. Com boas universidades, centros de pesquisa são abertos com frequência em solo português, acelerando assim, o crescimento do setor.
Se por um lado a telemedicina, que já é utilizada há muito tempo em Portugal, ganhou forte impulso durante a pandemia, outros segmentos relacionados à saúde ano a ano também têm conseguido crescer e se estruturar.
Escrevi recentemente o artigo “Empreender em Portugal: Saúde e telemedicina”, vale a sua leitura.
UMA VISITA PARA VER O TAMANHO DO POTENCIAL
Em uma das missões que temos para Portugal, visitamos uma grande empresa do setor farmacêutico. Apenas pela visita já seria possível ficar impressionado com o porte da corporação, mas o que realmente nos impressionou seria o fato de que essa única empresa atuava como fabricante de medicamentos para mais de vinte grupos europeus.
O setor de saúde para negócios em Portugal é escolhido por grandes players mundiais do setor farmacêutico que operam ali as suas indústrias ou fixam escritórios regionais. Portugal está em posição de destaque, seja pela posição estratégica de Portugal ou ainda por seus acordos de cooperação com inúmeras nações.
Boa quantidade especializada em mão de obra local, centros de excelência e posicionamento geográfico facilitam a conexão com a América do Norte e América Latina. Temos que lembrar também da forte entrada no continente Africano e uma capacidade produtiva importante.
Nesta visita, os pontos acima ficaram evidentes para nós, inclusive um dos momentos altos desta missão era compreender como instalar uma indústria farmacêutica em terras portuguesas. Linhas de financiamento e ainda farta estrutura física constroem o cenário perfeito para os planos de expansão de quem já conhece o segmento.
Caso você queira levar sua indústria para Portugal, vale a pena ler o artigo “Seu produto ou serviço tem mercado em Portugal?”
Em nossa mais recente missão, no ano de 2019, visitamos um centro de pesquisa do câncer e ainda tivemos uma vertical na missão Web Summit, específica sobre este segmento. O setor de saúde para negócios em Portugal não pode ser definido por uma área específica. Ele é dinâmico e compreende do atendimento médico à pesquisa.
Isso inclui os novos medicamentos para a sua produção, distribuição e exportação. Desta forma, vale a pena a análise dos números para definir a sua estratégia caso este seja um segmento que desperte seu interesse.
O SETOR DE SAÚDE PARA NEGÓCIOS EM PORTUGAL É TENDÊNCIA NO MUNDO
Quando falamos de um segmento para internacionalizar ou mesmo empreender em outro país, precisamos sempre estar atentos se ele é uma tendência do comportamento humano ou apenas algo momentâneo.
Em relação ao setor de saúde, a tendência é clara, mas gostaria de apresentar a você mais alguns elementos para ajudar na sua tomada de decisão.
Tendência 1: Seguradoras privadas
Para as seguradoras privadas, contemplar consultas virtuais ajuda a reduzir os custos com os cuidados e problemas de saúde. Com a presente pandemia, muitas delas criaram serviços como “Médico On-line” e “Enfermeiro On-line”, inicialmente gratuitos. A Médis, a Advance Care e a MultiCare são alguns exemplos de seguros que incluem esse serviço.
Esses serviços permitem consultar um médico por meio de vídeo chamada, enviar exames ou receber prescrições, isso permite à equipe médica guardar o registo das consultas efetuadas, garantindo um acompanhamento do histórico clínico do paciente em todas as interações.
Tendência 2: Colaborações internacionais
As vantagens da telemedicina, como a redução de custos, maior comodidade e menos atendimentos de emergência desnecessários são vantagens atraentes em escala global. Os mercados internacionais, dentro de países em desenvolvimento com a necessidade de especialização, vão desempenhar um papel significativo na condução do crescimento da telemedicina, bem como do setor de saúde como um todo.
Mais fornecedores de cuidados de saúde vão criar laços com as instituições médicas em todo o mundo e partilhar o seu conhecimento. Essas parcerias irão proporcionar o acesso a mais pacientes, criarão receitas adicionais e ajudarão a reforçar as marcas.
Tendência 3: Populações vulneráveis
Embora possa haver suposições de que a geração dos millennials é a população que usa mais os cuidados com a saúde e as novas tecnologias terão um impacto maior nos próximos anos nas populações mais velhas e mais vulneráveis.
Os profissionais de saúde estão cada vez mais conscientes de como os recursos tecnológicos podem facilitar o tratamento de populações clinicamente complexas, como idosos com doenças crônicas. Assim, as evoluções nos tratamentos e inclusive na telemedicina têm foco neste tipo de população, tornando-a mais acessível, fácil de utilizar e adequada a quem mais precisa realizar as consultas.
Tendência 4: Novas ferramentas de entrega
A maioria dos consumidores possui vários dispositivos digitais, mas a população mais envelhecida utiliza sobretudo aparelhos tradicionais como a televisão. Como tal, a evolução da telemedicina passa pela tecnologia que transformará televisões em consultórios virtuais, em vez de depender de um laptop, telemóvel ou outro dispositivo digital.
Essa tendência permitirá melhorar o envolvimento do paciente e acompanhar doenças crônicas com maior regularidade e eficiência, reduzindo o risco de eventos adversos que levam à hospitalização.
O Google, Apple, Amazon e Microsoft trabalham em iniciativas de telemedicina, pelo que é de esperar inovações disruptivas no setor de saúde para negócios em Portugal.
Tendência 5: Telehomecare
O surgimento de doenças crônicas é uma preocupação global que pressiona os recursos de saúde. Telehomecare é uma maneira inovadora de prestar assistência, monitorar um paciente e fornecer informações. A monitorização permite a identificação precoce da doença e, portanto, a prevenção de condições crônicas.
Espera-se que o segmento de Telehomecare seja o setor de crescimento mais rápido nos próximos anos. São muitos os pontos positivos para quem deseja investir ou internacionalizar sua empresa do setor de saúde para Portugal.
Caso você queira validar a aderência do seu negócio em Portugal, saiba que pode contar conosco.
SOBRE O AUTOR
Formado em eletrônica, graduado em Teologia pela PUC-SP, com MBA pela FGV em Gestão Estratégica e Econômica de Negócios, pós-graduado em Vendas pelo Instituto Venda Mais, Mestrando pela Universidade Metodista de São Paulo na área de Educação e pós-graduado em Psicanálise pelo Instituto Kadmon de Psicanálise. Atualmente está em processo de conclusão do curso de bacharelado em Filosofia pela universidade Salesiana Dom Bosco.
Atua no mercado de tecnologia desde 1998. Fundador do Grupo Ravel de Tecnologia, Cofundador da Palestras & Conteúdo, sócio da Core Angels (Fundo de Investimento Internacional para Startups), sócio-fundador da Agência Incandescente, sócio-fundador do Conexão Europa e da Atlantic Hub (Empresa de Internacionalização de Negócios em Portugal).
Atua também como Mentor e Investidor Anjo de inúmeras Startups (onde possui cerca de 30 Startups em seu Portfólio). Além de participar de programas de aceleração, como SEBRAE Capital Empreendedor, SEBRAE Like a Boss, Inovativa (Governo Federal) entre outros.
Palestrando desde 2016 sobre temas, como: Cultura de Inovação, Cultura de Startups, Liderança, Empreendedorismo, Vendas, Espiritualidade e Essência. Já esteve presente em mais de 230 eventos (número atualizado em dezembro de 2020). É conselheiro do ITESCS (Instituto de Tecnologia de São Caetano do Sul), bem como em outras empresas e associações. Lançou em dezembro de 2019 o seu primeiro livro “Vidas Ressignificadas” e em dezembro de 2020 “Do Caos ao Recomeço”.