COMO FOI O WEB SUMMIT RIO 2024 E A EXPECTATIVA PARA A MISSÃO WEB SUMMIT LISBOA

O Web Summit Rio 2024 foi, sem dúvida, um dos maiores eventos de inovação já realizados no Brasil. As mais de 35.000 pessoas que participaram do evento puderam presenciar centenas de expositores ou ouvir os mais de 500 palestrantes divididos em vários palcos nos três dias de evento.

Participo de sete edições consecutivas deste evento em Portugal e desde a primeira edição no Brasil, realizada também no Rio de Janeiro em 2023. Em grandes números, veja as diferenças entre as edições de 2023 e 2024 do Web Summit Rio:

  • De 21.367 para 34.397 participantes (o evento esgotou na semana anterior)
  • De 91 para 102 países representados
  • De 400 para 518 palestrantes
  • De 974 para 1.066 startups
  • De 506 para 499 investidores
  • De 173 para 175 marcas parceiras

Comparar o evento de 2023 com o de 2024 não seria muito justo, uma vez que, no primeiro ano, muita coisa sai do controle. Porém, neste ano, posso afirmar que desde a organização para pegar o crachá até a rotina de entrada e saída do evento, tudo funcionou muito bem.

Como na edição anterior, entendo que o Web Summit é um verdadeiro encontro do ecossistema de inovação do Brasil. Reencontro de centenas de parceiros de todas as regiões e estados do nosso país. Tenho, assim, o privilégio de poder retomar e aprofundar relações, parcerias e negócios.

Apenas por esse ponto, o evento já seria uma enorme oportunidade de fazer novos negócios. Mas ele vai bem mais longe do que as conexões; ele debate as tecnologias do momento, colocando cada um para refletir sobre o que vale a pena.

Sobre isso, quero levar a você uma síntese dos principais pontos que acredito resumirem bem o que de melhor aconteceu no Web Summit Rio 2024. Como se diz em Portugal, vamos a isso!

AS TECNOLOGIAS LIGADAS À IA NÃO PODEM DESPREZAR O SER HUMANO

A integração entre Inteligência Artificial e seres humanos não é uma questão de “ou”, mas sim de “e”. Enquanto a IA se estabelece como uma realidade inescapável, surge a necessidade premente de compreender como integrá-la de maneira eficaz.

Os debates acerca do uso da IA, suas limitações e a necessidade de supervisão são constantes. No entanto, é crucial transcender a dicotomia simplista de escolher entre uma ou outra abordagem e sim considerar como a IA pode complementar o potencial humano. Afinal, ela é apenas mais uma ferramenta à nossa disposição.

Em uma palestra protagonizada por Justina Nixon-Saintil, VP e Chief Impact Officer da IBM, e Marcelo Braga, presidente da IBM Brasil, que sinceramente para mim foi uma das melhores do Web Summit Rio 2024, foi apresentado um exemplo revelador do potencial da IA nos negócios.

Além de melhorar a experiência do cliente, a IA pode otimizar a jornada do colaborador. Imagine solicitar à IA a transferência de um funcionário entre departamentos e, em questão de segundos, receber um relatório indicando que o salário do indivíduo está 5% abaixo da média do novo grupo, enquanto ela prontamente sugere encaminhar a questão ao departamento financeiro da empresa.

Esse cenário ideal parece promissor, não é? E quantos outros processos internos poderiam ser beneficiados por essa abordagem?

Ao reduzir burocracias, quanto tempo as lideranças poderiam economizar? Quanto mais tempo teriam para dedicar ao cuidado das pessoas?

À medida que a presença da IA se intensifica, torna-se imperativo manter o foco nas pessoas. Isso foi tema de destaque durante uma palestra da Vibra Energia no Web Summit Rio, na qual Vanessa Gordilho, Aspen Andersen e Ernesto Pousada destacaram a importância do upskilling e do reskilling para capacitar as pessoas a navegarem em um ambiente moldado pela IA.

Embora a IA já esteja integrada à realidade da Vibra Energia, é essencial reconhecer que o coração e o julgamento moral humano continuam fundamentais para o uso responsável e benéfico dessa tecnologia.

Ernesto Pousada, CEO da Vibra Energia, enfatizou três atributos cruciais para enfrentar esse cenário em evolução: curiosidade, coragem e disposição para reconhecer erros. Sua abordagem ressoa com coerência ao reconhecer que não possui todas as respostas sobre como lidar com um futuro onde equipes mistas de pessoas e robôs serão comuns, mas enfatiza a necessidade contínua de aprendizado.

Essa postura de curiosidade e coragem é essencial para enfrentar o desconhecido e nos adaptarmos a um futuro cada vez mais impulsionado pela tecnologia.

A DIVERSIDADE É O ÚNICO CAMINHO PARA A SOCIEDADE

A temática da Diversidade e Inclusão certamente ocupou um espaço significativo durante todo o evento. Não apenas quando as palestras se dedicavam diretamente a abordar esse assunto, mas também em contextos nos quais se discutia Inteligência Artificial e os preconceitos perpetuados por essa tecnologia.

Particularmente, fiquei muito satisfeita ao notar o engajamento com esse tema, que considero de extrema importância. No entanto, uma questão pairou sobre mim durante todo o evento: será que estamos apenas reforçando ideias entre aqueles que já estão sensibilizados para a causa? Essa reflexão me acompanhou constantemente, especialmente ao observar a presença de mulheres no palco e, em sua maioria, mulheres brancas na plateia.

Em uma palestra que conectava Diversidade e Inclusão com criatividade e inovação, Mariana Santos, Líder Criativa da Jubarte, e Felipe Silva, Co-fundador da Gana, foram questionados sobre a possibilidade de haver um retrocesso na contratação de lideranças mais diversas nas empresas.

A resposta foi contundente: não há um retrocesso, pois, na verdade, nunca alcançamos um avanço substancial nessa agenda. O progresso até então alcançado foi limitado a um recorte específico, favorecendo a ascensão de mulheres brancas a cargos de liderança. Esse insight me levou a uma profunda reflexão.

Ao longo do evento, ouvi muitas discussões sobre como estamos avançando na promoção da diversidade (embora em certos grupos mais do que em outros), mas reconhecendo que ainda estamos nos estágios iniciais da inclusão de pessoas pertencentes a grupos minorizados no ambiente de trabalho.

Como podemos mudar essa realidade? Ashleigh Ainsley, co-fundador da Colorintech e consultor do Fórum Econômico Mundial, identificou três pilares fundamentais: garantir investimentos a longo prazo em Diversidade e Inclusão, responsabilizar a liderança por essa agenda e compartilhar essa responsabilidade com todos os membros da organização.

BURNOUT, AINDA IREMOS OUVIR FALAR MUITO DELE

Ana Tomazelli, a visionária fundadora do Instituto de Pesquisa em Equidade de Gênero e Empoderamento Feminino (IPEFEM), trouxe ao palco do Web Summit Rio um tema de extrema relevância: a possível correlação entre burnout e gênero.

Mais especificamente, a questão de se as mulheres estão mais suscetíveis a sofrerem de burnout. Então, qual é a sua intuição?

Se você respondeu afirmativamente, parabéns! Você está correto. Conforme revelado pela pesquisa conduzida por Ana Tomazelli, as mulheres apresentam uma probabilidade 67% maior de desenvolverem burnout em ambientes de trabalho onde há assimetria de gênero. Este dado alarmante surpreendeu você ou era algo que já esperava?

De fato, as mulheres ainda enfrentam inúmeras barreiras no ambiente profissional, desde a dificuldade em obter o mesmo espaço de expressão que os homens até a experiência frequente de assédio. Isso sem mencionar a sobrecarga de responsabilidades que muitas vezes recai sobre elas, incluindo a dupla jornada de trabalho ao terem que conciliar as demandas profissionais com as responsabilidades domésticas e familiares.

É evidente que, ao abordarmos a saúde mental, é crucial considerar as experiências dos grupos minorizados. Além do estresse e da fadiga associados às exigências cotidianas do trabalho, há também uma infinidade de microagressões diárias que precisam ser levadas em conta. E você, como está sua saúde mental?

Aqui estão algumas orientações valiosas de Ana Tomazelli para quem está enfrentando dificuldades: tenha coragem de estabelecer limites saudáveis, mesmo que isso signifique não ser tão bem visto por todos, e busque apoio em sua rede de relacionamentos. Encontrar “sua turma”, pessoas que possam oferecer suporte durante momentos desafiadores, pode fazer toda a diferença.

Como você pode perceber até este momento, tentei abordar em minha curadoria do Web Summit 2024 uma visão bem mais além da tecnologia. Se por um lado a tecnologia é o pilar central do evento, as transformações da sociedade estão na sua gênese.

Agora você deve estar se perguntando: o que esperar do Web Summit Lisboa 2024?

O QUE ESPERAR DO WEB SUMMIT LISBOA 2024?

Em primeiro lugar, saiba que no Web Summit Lisboa 2024 você não está sozinho. Venha participar da maior missão do mundo para este que é o maior evento de tecnologia do mundo. Para saber mais sobre nossa missão, marque um momento conosco e venha participar deste momento que irá mudar sua vida.

Considerando a trajetória do Web Summit até a última edição, posso garantir que o evento em Lisboa em 2024 reunirá os maiores líderes da indústria de tecnologia, startups promissoras do mundo todo e mais de 2.000 investidores. Ainda teremos acadêmicos e profissionais de diversas áreas para discutir as tendências mais recentes e os desafios emergentes no mundo digital.

Palestras inspiradoras são sempre pontos altos, assim como painéis de discussões. Construindo uma boa agenda, você também pode participar de workshops práticos e oportunidades de networking, proporcionando, assim, um enorme compartilhamento de conhecimento, colaboração e conexões.

Em uma missão, você mergulha no ecossistema de Portugal, tendo o Web Summit como um momento forte deste encontro. Não tenha dúvida: de novos sócios a novos clientes, tudo pode acontecer em nossa missão e dentro do Web Summit Lisboa 2024.

Internacionalizar sua empresa faz sentido para você? Então leia o próximo tópico deste artigo.

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A Atlantic Hub criou processos e jornadas que podem contribuir de forma essencial para ajudá-lo a criar o seu mercado em Portugal. Eu convido você a conhecer melhor como podemos ajudá-lo.

O primeiro passo é estudar seu produto ou serviço em Portugal. Para isso, você precisa conhecer o nosso estudo de mercado MarketFit. É importante compreender que, tendo o MarketFit um cenário favorável quanto a oportunidade de negócio em Portugal, você deveria seguir para o nosso próximo passo.

O segundo passo é conhecer com mais detalhes nosso programa Scale Out. No artigo “Programa Scale Out”, aprofundo esta jornada e crio os pilares para você iniciar sua internacionalização para a Europa. Conexões com leads reais, desenho da proposta comercial e acompanhamento de campo. Comece hoje mesmo estudando seu mercado conosco para começarmos corretamente esta nova fase da sua empresa e da sua vida.

O passo seguinte é marcar um momento conosco e conversarmos sobre as melhores estratégias para você, sua empresa e sua família.

Tenha certeza de que você está com quem conhece a Europa e construiu bases sólidas em Portugal. Nosso time terá o maior prazer em ajudá-lo neste processo.

Forte abraço e deixe seu comentário para nós.

Leia também: WEB SUMMIT: O MAIOR EVENTO DE TECNOLOGIA DO MUNDO

SOBRE O AUTOR

BENÍCIO FILHO

Formado em eletrônica, graduado em Teologia pela PUC SP e Filosofia pela Universidade Dom Bosco. Mestre pela Universidade Metodista de São Paulo na área de Educação, MBA pela FGV em Gestão Estratégica e Econômica de Negócios. Pós-graduado em Psicanálise pelo Instituto Kadmon de Psicanálise. Atua no mercado de tecnologia desde 1998. Fundador do Grupo Ravel de Tecnologia, sócio da Core Angels Atlantic (Fundo de Investimento Internacional para Startups). Sócio fundador da Agência Incandescente e sócio fundador da Atlantic Hub e do Conexão Europa Imóveis, ambos em Portugal. Atua como empresário, escritor e pesquisador das áreas de empreendedorismo, mentoring, liderança, inovação e internacionalização. Em dezembro de 2019, lançou o seu primeiro livro “Vidas Ressignificadas”. Em dezembro de 2020 seu segundo “Do Caos ao Recomeço”, e em janeiro de 2022 o último publicado “ Metamorfose Empreendedora”.