Quando meus filhos começaram sua jornada escolar, pensei: “Meu Deus como será a escola hoje?”. Bem, não que eu tenha fica muito distante da sala de aula. Logo após terminar o ensino técnico, ingressei na universidade e depois deste primeiro curso foram mais duas vezes na universidade, MBA e agora mestrado e filosofia.
Nunca deixamos a sala de aula. Sem dizer que já retornei a ela muitas vezes do outro lado como professor. Mas a sensação que tenho é que continuamos replicando os modelos mais básicos possíveis. Por que a escola sempre tem que ter este formato?
A questão é não tem. Romper com os modelos está bem além de um simples ato do professor individualmente. Muitas vezes o docente está muito bem formado, preparado, mas esbarra na burocracia e estrutura arcaica das lideranças e do sistema.
De um lado, existem as forças que não querem mudança e do outro lado o aluno, esse sim, já é outro há muito tempo. Quando meus filhos começaram as aulas, percebi que pelo menos a escola, que depois de muito pesquisarmos era diferente da minha experiência.
O local onde apenas o professor tinha a fala, liderança e conhecimento haviam cedido lugar a uma visão inclusiva e aberta a questionamentos.
Não que estes espaços sejam exclusividades de escolas privadas, mas acredito que neste sentido, o ensino privado tenha criado muito mais opções que a escolas públicas tradicionais. Nestas instituições, vejo que ainda prevalece mais os movimentos ideológicos do que práticos e conscientes dos movimentos de mudança.
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QUANDO ENTENDEMOS O SER HUMANO, COMPREENDEMOS O QUE ELE REALMENTE PRECISA
A escola precisa ser um espaço em que seja possível compreender o ser humano e não o doutrinar. Quando utilizamos ferramentas já bem conhecidas e difundidas de compreensão do humano, temos a possibilidade de construir abordagens que façam sentido as pessoas, mesmo dentro de instituições que não podemos chamar de modernas.
O ser humano é em sua complexidade, único, mas coletivo. Entender as diferentes fases do desenvolvimento intelectual, físico e psíquico torna-se fundamental se meu objetivo é formar e gerar transformação. Como Sócrates, filósofo maior dizia, “não existe meio maior de transformação do que a educação”.
Ambientes inclusivos e professores bem formados são essenciais. Mas compreender o ser humano em seus anseios, medos e desejos é além de essencial urgente para podermos gerar aderências dos alunos aos projetos educacionais.
Recentemente, em uma experiência educacional, conheci uma empresa que compreende o humano e desenvolve abordagens individuais, pois compreender assim cada um dos seus alunos gerando técnicas que utilizam em suas aulas com abordagens modernas, tecnológicas e muito alinhadas com a geração que está hoje nas escolas.
Tanto é fato que está abordagem criada pela Educadora Flávia Daniela Bosi Leal é real que ela acabou desenvolvendo uma metodologia específica baseada no cognitivo e no emocional para crianças com graves dificuldades de aprendizado e de atenção inclusive portadoras de deficiências, tais como Autismo.
Vale a pena conhecer este trabalho.
No caso dos meus filhos, compreendemos a necessidade de termos uma escola que entenda cada um deles como são. Pessoas humanas, pensantes e não máquinas replicadoras. Eu acabei também me formando em psicanálise, essa formação mudou minha compreensão sobre como nosso desenvolvimento está bem além da sala de aula.
Somos enquanto família e sociedade todos sem excluir ninguém responsáveis pela educação e formação, sendo a escola apenas um reflexo do quanto temos ainda que evoluir enquanto nação.
SOBRE O AUTOR
Formado em eletrônica, graduado em Teologia pela PUC-SP, com MBA pela FGV em Gestão Estratégica e Econômica de Negócios, pós-graduado em Vendas pelo Instituto Venda Mais, Mestrando pela Universidade Metodista de São Paulo na área de Educação e pós-graduado em Psicanálise pelo Instituto Kadmon de Psicanálise. Atualmente está em processo de conclusão do curso de bacharelado em Filosofia pela universidade Salesiana Dom Bosco.
Atua no mercado de tecnologia desde 1998. Fundador do Grupo Ravel de Tecnologia, Cofundador da Palestras & Conteúdo, sócio da Core Angels (Fundo de Investimento Internacional para Startups), sócio-fundador da Agência Incandescente, sócio-fundador do Conexão Europa e da Atlantic Hub (Empresa de Internacionalização de Negócios em Portugal).
Atua também como Mentor e Investidor Anjo de inúmeras Startups (onde possui cerca de 30 Startups em seu Portfólio). Além de participar de programas de aceleração, como SEBRAE Capital Empreendedor, SEBRAE Like a Boss, Inovativa (Governo Federal) entre outros.
Palestrando desde 2016 sobre temas, como: Cultura de Inovação, Cultura de Startups, Liderança, Empreendedorismo, Vendas, Espiritualidade e Essência. Já esteve presente em mais de 230 eventos (número atualizado em dezembro de 2020). É conselheiro do ITESCS (Instituto de Tecnologia de São Caetano do Sul), bem como em outras empresas e associações. Lançou em dezembro de 2019 o seu primeiro livro “Vidas Ressignificadas” e em dezembro de 2020 “Do Caos ao Recomeço”.