A QUEDA DA LIDERANÇA TRADICIONAL

Admitir que algo está errado no modelo de liderança que vivemos já é o primeiro passo para entender que não temos as respostas que gostaríamos, mas algo está nos incomodando. E, isso nos remete a queda da liderança tradicional.

O incômodo nasce como o primeiro sinal para um questionamento maior. No setting, é assim que chamamos o espaço de terapia, o primeiro sinal do analisando de que algo está em desacordo com o que ele gostaria é a angústia.

De maneira geral, todos nós temos alguma angústia. Talvez seja por isso que uma boa terapia deveria ser uma recomendação normal a qualquer ser humano.

Relutamos por uma terapia, como relutamos em encarar os problemas de frente. Uma conversa difícil é algo que quase ninguém quer ter.

Fugimos delas como o Diabo foge da Cruz. Por que ter conversas difíceis, se é melhor fazer de conta que tudo está bem?

Por que encarar esta angústia que em alguns momentos me deixa sem ar, afinal, é apenas em alguns momentos que sinto isso?

Vejam, estou apenas falando do setting. Imagine então, questionar a liderança tradicional como pretendo neste e nos próximos artigos que você poderá ler.

A liderança tradicional não é mais resposta para nossos grupos, famílias, movimentos e empresas. 

Enquanto humanidade todos nós estamos angustiados e sem ar. Como confiar nos líderes que são apresentados a nós? Como diria o poeta Cazuza, “Meus heróis morreram de overdose”. 

Eles talvez nem tenham nascido e aqui reside o questionamento que trago. Se a liderança tradicional está em queda, qual é o modelo de liderança que precisamos?

Sobre isso, convido você a percorrer comigo o caminho em busca da liderança que escuta, acolhe, conhece o poder do silêncio, do segmento e do propósito.

Fácil? Jamais. Evoluir e crescer nos remete às dores que muitas das vezes não queremos sentir mais. Lembra-se das dores na adolescência que você sentia no fêmur durante à noite ou quando acordava?

Provavelmente não crescer é isso. Dói, mas depois não lembramos mais. Apenas assimilamos o conhecimento.

A ANGÚSTIA DO SEGMENTO

Soren Aabye Kierkegaard foi um filósofo, teólogo, poeta e crítico social dinamarquês, amplamente considerado o primeiro filósofo existencialista. Morreu em 1885 sem compreender como seus estudos sobre a angústia seriam fundamentais para o entendimento do sofrimento humano.

Em seu livro O Conceito da Angústia, muitas das suas percepções em relação ao buraco existencial humano trouxeram à tona o que todos nós gostaríamos de ter respostas quando estamos sofrendo por algo que tira nosso sono.

Angustiar-se com algo surge então apenas como um sintoma físico, muito bem demonstrado em nossas sensações no estômago e no aparelho respiratório.

A sensação de que não há saudades e o consequente aumento do desespero é facilmente percebido quando quem está neste processo percebe que algo está minando suas esperanças.

Uma pessoa que tira sua própria vida está de tal forma tomada pela angústia e medo pelo qual o sofrimento afligido cresce minuto a minuto.

Um suicida é tudo menos alguém que não quer viver. Ele, na verdade, está de tal forma tomado pela dor da angústia que em busca de terminar com este sofrimento, termina com sua vida.

Hoje enquanto humanidade, recuperando a própria fala dos filósofos existencialistas e aqui posso afirmar que além de Kierkegaard, Sartre e Nietzsche também endossam meu ponto de que a humanidade sofre hoje uma angústia pelo segmento de sua liderança.

Destruição do ambiente e extinção de milhares de espécies. Poluição dos mares, rios e ar. Consumo sem precedentes de produtos inúteis. Pobreza, concentração de riqueza, desconsideração da pessoa humana, sofrimento e morte.

Esse é o cenário em que o atual modelo de liderança nos conduziu. Pergunto a você. Esse é o modelo que você quer seguir?

A angústia do segmento ao modelo de liderança tradicional não faz mais nenhum sentido aos problemas que temos que resolver no mundo.

Nossa busca é por um novo modelo. Mas não se iluda. Este novo modelo não vem de uma nave extraterrestre ou de um novo Messias.

Temos duas possibilidades apresentadas à nossa frente em um dilema que todos nós individualmente precisaremos decidir.

Leia mais: A SUA LIDERANÇA EMPRESARIAL É ALGO RESPEITADO OU TEMIDO?

HÁ CONTINUIDADE DO ATUAL MODELO DE LIDERANÇA TRADICIONAL

Dilemas são apresentados a nós todos os dias. Mas esse dilema que apresento aqui não mais poderá ser renegado ou colocado em segundo plano.

Não temos mais tempo para postergar uma tomada de decisão. Talvez nem você e nem eu possamos continuar vivendo neste planeta se algo não for feito.

Desta maneira, os caminhos são simples. Continuar com o atual modelo é continuar a viver como se fossemos enquanto espécie os dominadores que exploram tudo e a todos, exaurindo como uma velocidade nunca vista todos os recursos.

Esta é a vida e história que já conhecemos há muitas décadas. Para ser mais preciso, aceleramos este processo desde a revolução industrial.

O resultado, com certeza a maior transformação em nosso modo de viver desde as últimas eras glaciares.

Apenas o aquecimento global, caso não enfrentado, custará as maiores catástrofes que se possa ter notícia. Mas poderíamos ir bem mais além.

A crise da água, extinção de espécies e mais da metade do planeta com altos níveis de pobreza são outras consequências.

Será que é este o futuro que desejamos?

A NOVA LIDERANÇA COMO ESPERANÇA

A palavra esperança não significa esperar algo, mas sim, o sentimento de quem vê como possível a realização daquilo que deseja ou ainda confiança em algo bom.

A nova liderança já está presente em nosso meio, mas ela é ainda pouco percebida. Afinal, como aceitar um novo modelo em um meio a perpétua liderança tradicional?

Provavelmente o que mais incomoda na nova liderança seja sua característica predominantemente feminina.

Vivemos mais de dois mil anos sob a força do masculino praticamente anulando o feminino em todas as áreas.

Do saber ao trabalho, demonizamos o feminino ou escravizamos ele para não aceitar o que seria um contraponto ao modelo atual.

Não se trata aqui de uma sobreposição de modelos, mas sim o beber da sabedoria dos dois lados. O masculino com sua força, visão, estratégia e o feminino com seu acolhimento, respeito, escuta e visão holística.

Uma nova liderança é possível, mas ela precisa ser compreendida para que efetivamente possamos tirar dos calabouços das nossas almas todo o medo de encará-la.

Leia também: O FEMININO COMO CENTRO DA NOVA LIDERANÇA

A angústia no segmento ao modelo da liderança tradicional precisa ser vencida tendo como ponto de harmonia à nova liderança.

Individualmente precisamos ter consciência deste movimento, pois somente assim, poderemos ter líderes que entendam e compreendam a urgência do momento que vivemos.

Não será a próxima geração que deverá dar respostas aos problemas, mas sim a nossa geração aqui e agora.

Faz sentido para você está minha reflexão? Se sua resposta foi sim, venha comigo nos próximos artigos. 

SOBRE O AUTOR

Benício Filho

Formado em eletrônica, graduado em Teologia pela PUC-SP, com MBA pela FGV em Gestão Estratégica e Econômica de Negócios, pós-graduado em Vendas pelo Instituto Venda Mais, Mestrando pela Universidade Metodista de São Paulo na área de Educação e pós-graduado em Psicanálise pelo Instituto Kadmon de Psicanálise. Atualmente está em processo de conclusão do curso de bacharelado em Filosofia pela universidade Salesiana Dom Bosco.

Atua no mercado de tecnologia desde 1998. Fundador do Grupo Ravel de Tecnologia, Cofundador da Palestras & Conteúdo, sócio da Core Angels (Fundo de Investimento Internacional para Startups), sócio-fundador da Agência Incandescente, sócio-fundador do Conexão Europa e da Atlantic Hub (Empresa de Internacionalização de Negócios em Portugal).

Atua também como Mentor e Investidor Anjo de inúmeras Startups (onde possui cerca de 30 Startups em seu Portfólio). Além de participar de programas de aceleração, como SEBRAE Capital Empreendedor, SEBRAE Like a Boss, Inovativa (Governo Federal) entre outros.

Palestrando desde 2016 sobre temas, como: Cultura de Inovação, Cultura de Startups, Liderança, Empreendedorismo, Vendas, Espiritualidade e Essência. Já esteve presente em mais de 230 eventos (número atualizado em dezembro de 2020). É conselheiro do ITESCS (Instituto de Tecnologia de São Caetano do Sul), bem como em outras empresas e associações. Lançou em dezembro de 2019 o seu primeiro livro “Vidas Ressignificadas” e em dezembro de 2020 “Do Caos ao Recomeço”.

SOBRE O AUTOR

Benício Filho

Formado em eletrônica, graduado em Teologia pela PUC-SP, com MBA pela FGV em Gestão Estratégica e Econômica de Negócios, pós-graduado em Vendas pelo Instituto Venda Mais, Mestrando pela Universidade Metodista de São Paulo na área de Educação e pós-graduado em Psicanálise pelo Instituto Kadmon de Psicanálise. Atualmente está em processo de conclusão do curso de bacharelado em Filosofia pela universidade Salesiana Dom Bosco.

Atua no mercado de tecnologia desde 1998. Fundador do Grupo Ravel de Tecnologia, Cofundador da Palestras & Conteúdo, sócio da Core Angels (Fundo de Investimento Internacional para Startups), sócio-fundador da Agência Incandescente, sócio-fundador do Conexão Europa e da Atlantic Hub (Empresa de Internacionalização de Negócios em Portugal).

Atua também como Mentor e Investidor Anjo de inúmeras Startups (onde possui cerca de 30 Startups em seu Portfólio). Além de participar de programas de aceleração, como SEBRAE Capital Empreendedor, SEBRAE Like a Boss, Inovativa (Governo Federal) entre outros.

Palestrando desde 2016 sobre temas, como: Cultura de Inovação, Cultura de Startups, Liderança, Empreendedorismo, Vendas, Espiritualidade e Essência. Já esteve presente em mais de 230 eventos (número atualizado em dezembro de 2020). É conselheiro do ITESCS (Instituto de Tecnologia de São Caetano do Sul), bem como em outras empresas e associações. Lançou em dezembro de 2019 o seu primeiro livro “Vidas Ressignificadas” e em dezembro de 2020 “Do Caos ao Recomeço”.