Gostaria de começar este momento de leitura apresentando a você uma série que marcou muito o cinema e demais produções em relação ao que seria posteriormente a febre zumbi.
Baseado na história em quadrinhos escrita por Robert Kirkman, o drama potente e visceral Walking Dead, teve a exibição do primeiro episódio em 31 de outubro de 2010. A série retrata a vida nos Estados Unidos pós-apocalíptico.
Um grupo de sobreviventes, liderado pelo policial Rick Grimes, segue viajando em busca de uma nova moradia segura e distante dos mortos-vivos. A pressão para permanecerem vivos e lutarem pela sobrevivência faz com que muitos do grupo sejam submetidos às mais profundas formas de crueldade humana. Rick acaba descobrindo que o tão assustador é o desespero pela subsistência que pode ser ainda mais fatal do que os próprios mortos-vivos que os rodeiam.
Você deve estar se perguntando, por que falar desta série bizarra enquanto estamos falando de consumidores? Antes de responder a sua pergunta, quero ainda comentar outro cenário importante para nossa reflexão.
Anos atrás, eu estava na presidência do ITESCS (Instituto de Tecnologia de São Caetano do Sul) em minha atuação à frente do instituto eu trabalhava muito em sintonia com quase todas as universidades da região.
Em um determinado estudo, apresentado a mim, descobrimos que naquele momento, cerca de quatro anos atrás, quase 40% do segmento metal mecânico se encontrava praticamente falido.
Esta conclusão partia do pressuposto dos estudos baseados em dívidas, fluxo de caixa e tendência do setor. Mas mesmo sabendo deste impressionante cenário, por que as empresas de metais mecânicas não mudavam sua rota de fornecimento de produtos e serviços?
O QUE A SAÍDA DA FORD DO ABC PODE AJUDAR A ENTENDER O CENÁRIO DE MUDANÇA DOS CONSUMIDORES?
O setor metal mecânico que fez do ABC o grande polo industrial brasileiro nos anos 70 e 80 nasceu justamente da indústria automobilística. Este segmento concentra empresas de autopeças, prestadores de serviços, usinagem e demais empresas importantes para a cadeia de suprimento das montadoras.
Com o passar dos anos, tanto os processos das montadoras foram aperfeiçoados como o consumo de carros foi transformado. Por um lado, a pressão constante das montadoras por redução de custos e a mudança de comportamento dos consumidores obrigaram muitas empresas deste segmento a mudarem seu posicionamento.
Nos anos 80 e 90, quase não existia uma empresa para dar um exemplo do segmento de locação de carros. Este segmento existia muito mais em função do turismo do que para outra demanda. Nos anos 2000 e mais recentemente nos últimos cinco anos, o maior cliente na aquisição de carros no Brasil são as empresas que alugam automóveis.
Tanto pelo mercado que surgiu do compartilhamento, como o Uber, quanto pelo entendimento dos consumidores de que não vale a pena ter um carro para chamar de seu, mas apenas usá-lo quando isso for necessário.
O segmento como um todo não entendeu estas mudanças que estavam acontecendo no mercado com os consumidores. Hoje, boa parte desta cadeia ainda respira pedidos de trabalho cada vez mais apertados e sem margem da mesma indústria outrora relevante.
A saída da Ford é apenas um sinal. A GM opera na cidade de São Caetano do Sul ciclicamente renovando benefícios e isenções, derrubando a arrecadação da cidade e apertando sua cadeia por redução.
A grande realidade é que estas empresas do setor metal mecânico vendem para consumidores que cada vez mais não querem a sua proposta e valor, e ainda a grande oferta de prestadores reduz as margem o que me faz lembrar do livro “A estratégia do oceano azul”.
Nesta obra, normalmente as empresas estão no oceano vermelho onde brigam por preço como única forma de conquistar clientes, enquanto isso, outras empresas criam formas inovadoras de levar seus produtos ao mercado com inovação e novas abordagens, entrando assim no imenso oceano azul.
Vale a pena ainda salientar como escrevi no artigo “Ter um bom serviço ou produto não é um diferencial e deveria ser obrigação”.
MERGULHANDO NO OCEANO AZUL
Se existe um oceano imenso de oportunidades, por que parece complicado ou muito desafiador chegar até ele? Somos seres de hábitos, quebrar nossos hábitos e sair da zona de conforto que criamos exige uma energia enorme e quase a totalidade das pessoas abandona esta missão.
Talvez eu pudesse relacionar duas dúzias de artigos que escrevi sobre este tema, mas quero ajudá-lo a compreender a difícil tarefa de sair da posição que você está. O primeiro passo é tomar consciência que é necessário fazer algo.
A mudança começa com um sentimento de insatisfação. Muitos são os que reclamam, mas caminhar suas intenções para as ações exige a energia que a maioria não quer pagar o preço. Pense comigo, quando arriscamos temos duas possibilidades:
Encontrar um desafio maior do que o anterior, porém crescer com ele, afinal, um novo aprendizado será feito. Segundo é perceber que este caminho abriu seus olhos e trouxe para perto de você oportunidades que nunca foram percebidas antes.
Entenda, um novo olhar sobre a sua vida e seus desafios pode simplesmente mudar o problema de lado e ampliar sua visão em relação a ele. Vejo constantemente que na maioria dos casos, a solução do novo caminho já existe, basta que ele seja percebido.
No artigo “Será que as minhas intenções são fortes propulsoras das minhas ações?”, escrevi sobre intenções e ações. Vale a pena ler.
Quando mandamos um funcionário embora para não haver sintonia com o time ou mesmo um ciclo que está se encerrando não estamos fazendo algo bom para a empresa estamos na verdade libertando dois lados.
Ele que pode recomeçar sua vida e dentro da possibilidade de ser uma nova pessoa, habilitamos a chave do novo, renovando as visões e trazendo novas energias.
Seu mercado pode não ter mais consumidores. Ele pode apenas estar sendo ainda alimentado pelos últimos clientes em extinção. Mas atente-se ao quanto de aprendizado você já fez e quanto esta jornada poderia construir uma nova história.
Não tenho medo. Arrisque-se, viva e tenha coragem. Logo depois da curva, pode ter um lindo sol com uma brisa deliciosa esperando você!
Se precisar de ajuda neste processo, posso ajudá-lo. Fale comigo.
SOBRE O AUTOR
Formado em eletrônica, graduado em Teologia pela PUC-SP, com MBA pela FGV em Gestão Estratégica e Econômica de Negócios, pós-graduado em Vendas pelo Instituto Venda Mais, Mestrando pela Universidade Metodista de São Paulo na área de Educação e pós-graduado em Psicanálise pelo Instituto Kadmon de Psicanálise. Atualmente está em processo de conclusão do curso de bacharelado em Filosofia pela universidade Salesiana Dom Bosco.
Atua no mercado de tecnologia desde 1998. Fundador do Grupo Ravel de Tecnologia, Cofundador da Palestras & Conteúdo, sócio da Core Angels (Fundo de Investimento Internacional para Startups), sócio-fundador da Agência Incandescente, sócio-fundador do Conexão Europa e da Atlantic Hub (Empresa de Internacionalização de Negócios em Portugal).
Atua também como Mentor e Investidor Anjo de inúmeras Startups (onde possui cerca de 30 Startups em seu Portfólio). Além de participar de programas de aceleração, como SEBRAE Capital Empreendedor, SEBRAE Like a Boss, Inovativa (Governo Federal) entre outros.
Palestrando desde 2016 sobre temas, como: Cultura de Inovação, Cultura de Startups, Liderança, Empreendedorismo, Vendas, Espiritualidade e Essência. Já esteve presente em mais de 230 eventos (número atualizado em dezembro de 2020). É conselheiro do ITESCS (Instituto de Tecnologia de São Caetano do Sul), bem como em outras empresas e associações. Lançou em dezembro de 2019 o seu primeiro livro “Vidas Ressignificadas” e em dezembro de 2020 “Do Caos ao Recomeço”.