NOS POVOS INDÍGENAS ENCONTRAMOS QUEM SOMOS

A questão indígena continua sendo um tema de conflito em nossa sociedade.

Os questionamentos sobre os direitos indígenas sempre existiram, mas, eram considerados problemas contornáveis, cuja solução estava na formação das Reservas, atuais Terras Indígenas, com espaço bem inferior àquele tradicionalmente ocupado pelas comunidades indígenas.

Todavia, cada vez mais estes questionamentos têm perturbado a ordem dos que acreditam que o “lugar do índio” já está irrevogavelmente fixado nas Reservas.

Olhando por outro prisma, os povos indígenas eram mais de dois mil grupos diferentes. Muitos deles completamente dizimados ou transformados pela colonização, mas seus sobreviventes tentaram de alguma forma introduzirem-se em nossa sociedade.

Basta ver que até os dias atuais são criadas políticas que tentam de alguma forma mitigar este problema.

Novas demarcações de território, cotas de acesso a universidades, enfim vários são os movimentos que tentam obter esta inclusão.

Não resta dúvida, porém, que eles são insuficientes. Mas por que afinal temos dificuldade em aceitar a cultura indígena como algo que faz parte da nossa própria formação?

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O INCÔMODO DE ACEITAR NOSSA ORIGEM INDÍGENAS

Quando encontro uma pessoa que tem pensamentos difíceis sobre os povos indígenas ou ainda trazem à tona frases como, “O índio deve fazer isso” ou ainda “Os índios já têm seus espaços e isso é demais, deveríamos reduzir”, mas em alguns casos a frase é ainda pior tal como “Eles são ignorantes”.

Nestas situações, como psicanalista que sou, reflito. Porque incomoda tanto falar e respeitar os povos indígenas para uma parcela das pessoas.

Bem, claro que este não é um espaço para terapia, mas acredito que a rejeição de certos grupos em aceitar a cultura, costumes e reconhecer a sabedoria dos povos indígenas está bastante ligada à nossa dificuldade enquanto sociedade brasileira de aceitar o que somos enquanto formação.

A alegria de muitos brasileiros é dizer que são descendentes de europeus brancos, loiros de olhos verdes.

Claro que estes povos forjavam nossa identidade a começar pelos portugueses e espanhóis. Mas longe deles constituírem a única matriz étnica cultural.

Somos frutos das transformações, mutilações, extermínios, belezas e sabedorias de muitos povos indígenas assim como africanos que fizeram, fazem e farão parte da nossa constituição enquanto seres humanos.

Negar esta origem é negar quem somos e quando negamos quem somos, temos crises existenciais que apenas cada um de nós pode resolver.

O único espaço que devemos considerar a estes povos é o respeito. Lutar por seus direitos é lutar pelos nossos e pela nossa existência.

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Forte abraço e até o próximo conteúdo.

SOBRE O AUTOR

Benício Filho

Formado em eletrônica, graduado em Teologia pela PUC-SP, com MBA pela FGV em Gestão Estratégica e Econômica de Negócios, pós-graduado em Vendas pelo Instituto Venda Mais, Mestrando pela Universidade Metodista de São Paulo na área de Educação e pós-graduado em Psicanálise pelo Instituto Kadmon de Psicanálise. Atualmente está em processo de conclusão do curso de bacharelado em Filosofia pela universidade Salesiana Dom Bosco.

Atua no mercado de tecnologia desde 1998. Fundador do Grupo Ravel de Tecnologia, Cofundador da Palestras & Conteúdo, sócio da Core Angels (Fundo de Investimento Internacional para Startups), sócio-fundador da Agência Incandescente, sócio-fundador do Conexão Europa e da Atlantic Hub (Empresa de Internacionalização de Negócios em Portugal).

Atua também como Mentor e Investidor Anjo de inúmeras Startups (onde possui cerca de 30 Startups em seu Portfólio). Além de participar de programas de aceleração, como SEBRAE Capital Empreendedor, SEBRAE Like a Boss, Inovativa (Governo Federal) entre outros.

Palestrando desde 2016 sobre temas, como: Cultura de Inovação, Cultura de Startups, Liderança, Empreendedorismo, Vendas, Espiritualidade e Essência. Já esteve presente em mais de 230 eventos (número atualizado em dezembro de 2020). É conselheiro do ITESCS (Instituto de Tecnologia de São Caetano do Sul), bem como em outras empresas e associações. Lançou em dezembro de 2019 o seu primeiro livro “Vidas Ressignificadas” e em dezembro de 2020 “Do Caos ao Recomeço”.    

Construir conhecimento só é possível quando colocamos o aprendizado em prática. O mundo está cansado de teorias que não melhoram a vida das pessoas. Meus artigos são fruto do que vivo, prático e construo.